Delegado diz que com LULA e Dilma acreditava que a Polícia Federal não voltaria a ser da ditadura

Alexandre Saraiva, que foi transferido por investigar Ricardo Salles, disse que Bolsonaro tirou a autonomia que o PT deu à instituição e a aparelhou criando precedente perigoso

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O delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, afirmou, durante participação no podcast Ciência e Política, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tirou a autonomia que o Partido dos Trabalhadores havia dado, acrescentando que o chefe do Executivo aparelhou a instituição, criando um precedente perigoso.

A autonomia teria sido conquistada depois de 2003, com os governos do PT, disse o delegado que ficou conhecido por comandar a maior apreensão de madeira ilegal da história do Brasil.

Em 2021, Saraiva enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de investigação contra o ex-ministro do Meio AmbienteRicardo Salles, lembrado por sua frase “passar a boiada”, e por este motivo acabou sendo transferido da Superintendência da PF no Amazonas.

No dia em que apresentou, à Suprema Corte, uma notícia-crime contra Salles, acusado-o de dificultar as investigações, Saraiva foi retirado do cargo.

Na PF desde 2003, Saraiva afirmou ao podcast que nunca tinha recebido uma ligação telefônica “de político ou de superior para fazer ou deixar de fazer alguma coisa”, o que não ocorria nas gestões petistas, e que, por isso, ele e os colegas ficaram “mal-acostumados” nos governos LULA e Dilma.

De acordo com o jornalista Guilherme Amado, que transcreveu a fala do delegado no portal de notícias Metrópoles, Saraiva e seus colegas da época acreditavam que a PF não “voltaria nunca a ser a polícia da ditadura militar”.

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