‘E Putin fechou as torneiras. Se você está na Europa, prepare-se para passar muito frio’

A principal arma não militar da Rússia começou a ser usada e a Alemanha vai sentir primeiro”

‘E Putin fechou as torneiras. Se você está na Europa, prepare-se para passar muito frio’, A frase é do historiador Fernando Horta, no Twitter. ‘A principal arma não militar da Rússia começou a ser usada. Alemanha vai sentir primeiro, e como ela é o motor da Europa, Preparem-se para recessão na zona do euro‘, concluiu sobre a interrupção do fornecimento de gás no maior gasoduto da Rússia. Uma matéria do RT, compartilhada por Horta, diz que ‘os fluxos de gás no sentido oeste da Rússia para a Alemanha através do gasoduto Yamal-Europa pararam na quinta-feira (3/3).

A operadora de gasodutos Gascade disse que o fornecimento de gás no sentido oeste estava em cerca de 17,5 milhões de kWh/h por cerca de 10 horas antes da paralisação. A medição foi feita na principal estação de compressão do gás natural russo, em Mallnow – bairro alemão do município de Lebus, no distrito de Märkisch-Oderland, no estado de Brandemburgo, froteira com a Polônia, que recebe o produto da Península de Yamal, na Sibéria – Rússia, onde estão concentrados os principais campos de hidrocarbonetos e gás, no permeável complexo Aptiano-Cenomaniano.

De Mallnow, o gás russo flui, vindo dos campos de Yamal, em direção ao oeste da Alemanha através do gasoduto JAMAL-Europa, via JAGAL, indo da fronteira polonesa, em Mallnow, até o sudoeste, por uma estação da Gascade em Rückersdorf, a STEGAL, no estado alemão de Turíngia, por uma linha de 338 quilômetros.

Assim, a maior economia da UE está particularmente exposta a este complexo, do qual a Alemanha consome cerca de metade dos 40% de gás natural que a Rússia fornece para a Europa. A Áustria, a Hungria, a Eslovênia e a Eslováquia obtêm cerca de 60% de seu gás natural da Rússia, enquanto a Polônia obtém 80%.

A Gazprom – maior empresa de energia da Rússia e maior exportadora de gás natural do mundo – controlada pelo estado russo, disse na quinta-feira (3/3) que está enviando gás para a Europa via Ucrânia, de acordo com os pedidos feitos por seus clientes.

Em dezembro, a seção do gasoduto entre Alemanha e Polônia mudou o fornecimento para o modo reverso, pois os compradores poloneses aproveitaram suprimentos alemães armazenados, em vez de comprar mais gás russo no mercado à vista, quando os preços registraram altas históricas em quase todos os dias. A mídia ocidental na época acusou a Gazprom de cortar deliberadamente os suprimentos europeus.

A estatal russa enviou gás intermitentemente para o oeste nos últimos dias em meio à alta demanda na Europa, que ainda poderá sobreviver neste inverno, mas não será fácil ou barato, segundo um relatório publicado no dia 28/2 pela Bruegel – uma think tank europeia especializada em economia com sede em Bruxelas, alertando sobre preparativos que “devem ser feitos para o término completo de todos os fluxos de gás russo para a Europa”.

Se a UE for forçada ou estiver disposta a arcar com o custo, deve ser possível substituir o gás russo já para o próximo inverno sem que a atividade econômica seja devastada, as pessoas congelem ou o fornecimento de eletricidade seja interrompido”, disse a think tank .

A Bruegel acrescentou que “no terreno, dezenas de regulamentos terão que ser revisados, procedimentos e operações usuais revisitados, muito dinheiro gasto rapidamente e decisões difíceis deverão ser tomadas”.

A CNN fez um resumo do estudo da Think Tank: Se as importações russas cessarem, a Europa precisará reduzir a demanda por gás em pelo menos 400 terawatts-hora, ou cerca de 10% a 15% da demanda anual, segundo a Bruegel. O grupo disse que isso é “possível”, mas exigiria mudanças nas políticas. Algumas opções incluem aumentar o uso de combustíveis alternativos, como carvão, retardar a desativação de usinas nucleares ou reduzir a demanda de players industriais.

Este cenário também pressupõe que a UE “pode ​​adquirir quantidades sem precedentes de GNL, que os participantes do mercado tenham incentivos suficientes para comprar e armazenar gás a preços elevados e que o gás seja então distribuído sem problemas entre os países”.

A maior utilização de carvão, em particular, teria grandes consequências para o clima. Um importante relatório apoiado pela ONU publicado na segunda-feira descobriu que o aquecimento global está a caminho de transformar a vida na Terra como a conhecemos, com efeitos mais perturbadores e generalizados do que os cientistas esperavam 20 anos atrás.

A Europa está começando a planejar com antecedência. No domingo, o chanceler alemão Olaf Scholz, que tomou a decisão de suspender a certificação do gasoduto Nord Stream 2 da Rússia na semana passada, disse que o país construirá dois novos terminais de GNL.

“Precisamos fazer mais para proteger o suprimento de energia do nosso país”, disse Scholz.

A Alemanha também está considerando a possibilidade de estender a vida de suas três usinas nucleares restantes, que devem ser fechadas este ano.

A Bruegel diz que o gerenciamento de custos, bem como a coordenação entre governos e empresas, será um desafio à medida que a Europa tenta reabastecer seu suprimento de gás. Os preços na Europa estão abaixo dos recordes atingidos em dezembro, mas continuam elevados.

Adicionar cerca de 70 terawatts-hora de gás ao armazenamento da UE antes do próximo inverno custaria pelo menos € 70 bilhões (US$ 79 bilhões), em comparação com € 12 bilhões (US$ 13,5 bilhões) nos anos anteriores, segundo a Bruegel.

Veja alguns gráficos da pesquisa da Think Thank:

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