“Tem muito caminhoneiro que vai parar, lamento”, diz Bolsonaro sobre mega-aumento da Petrobras

Somente para o diesel, o reajuste será de cerca de 25%. Com isso, a inflação pode chegar a 7,5%, até o fim de 2022

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (10/3) que o aumento no preço dos combustíveis levará muitos caminhoneiros a parar, e acrescentou que vai sancionar, assim que for aprovado pelo Congresso, um projeto que altera regras de cobrança do ICMS sobre os combustíveis para segurar a alta de preços, conforme noticiou a agência de notícia Reuters. “O preço está caro. Tem muito caminhoneiro que vai parar, eu sei disso, lamento, porque não suporta mais essa carga tributária“, afirmou o atual ocupante da cadeira presidencial, em um trecho de sua tradicional live.

Na semana passada, o presidente disse que se a Petrobras não aumentar o preço “teremos o desabastecimento, que é pior do que o combustível caro“. E na live desta quinta afirmou: “Como seria bom se a Petrobras reajustasse segunda ou terça-feira, mas eu não posso intervir na Petrobras, mesmo sendo acionista majoritário“.

Ontem, a Petrobras anunciou que os preços do diesel terão reajuste de cerca de 25% nas refinarias e que a gasolina deverá subir quase 19%, devido à guerra na Ucrânia. “Segundo cálculos do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz, o impacto do reajuste nos combustíveis é de 0,75 ponto percentual (p.p) no IPCA de março e abril – 0,40 p.p. e 0,35 p.p. respectivamente. Para o fim de 2022, o índice pode chegar a 7,5%, disse o economista“, de acordo com transcrição da matéria no Valor Econômico, endossada pelos jornalistas Rafael Vazquez, Anaïs Fernandes e Alessandra Saraiva.

A reportagem do Valor diz ainda que “fora a incerteza sobre até onde o preço do petróleo pode chegar, o novo reajuste da Petrobras sozinho já eleva as expectativas de inflação. Logo após o anúncio, a LCA Consultores aumentou a expectativa do IPCA de 6,01% para 6,50% para o fim de 2022. A LCA agora projeta inflação de 10,58% para o grupo Transportes no fim do ano – a previsão anterior era de 8,72%. Já a projeção sobre o grupo Alimentação e Bebidas variou menos, de 7,02% para 7,16%“.

Foi um erro apoiar Bolsonaro”

Wallace Landim, o Chorão – um dos principais líderes da greve dos caminhoneiros de 2018

Apoiei o Bolsonaro, fiz campanha para ele, e de graça. Recebi a comenda do mérito de Mauá, o maior mérito do transporte que existe no Brasil, pelos serviços prestados ao transporte. E, com toda sinceridade, não trabalho mais para ele, não voto nele. Tudo o que prometeu para nós, ele não cumpriu“, disse Wallace Landim, o Chorão, um dos principais líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, arrependido após o anúncio do mega-aumento no preço da gasolina, do gás de cozinha e, principalmente, do diesel, conforme noticiado na Folha ontem.

Chorão acha que não será necessário chamar uma paralisação no momento, já que o país parará “automaticamente“, frente à inviabilização das atividades de transporte.

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