PF faz Bolsonaro sangrar enquanto não pede sua prisão a Alexandre de Moraes e aguarda saída de Aras da PGR

A informação de que o tenente-coronel Mauro Cid vai confessar que agiu a mando do ex-presidente para vender presentes do Estado brasileiro colocou o mundo político em polvorosa

O roteiro desenhado pela Polícia Federal e pelo Supremo para o caso” do “Rolex recebido de presente da Arábia Saudita” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não vai por esse caminho [do inelegível podendo “ser preso em breve, incluindo seus aliados“], pelo contrário. Se depender dos investigadores, Bolsonaro ainda vai “sangrar” politicamente por bastante tempo“, informa a jornalista Malu Gaspar, em sua coluna no ‘Globo‘, que, na sequência, passa a explicar “algumas razões“:

Primeiro porque haveria duas formas de prender Bolsonaro.

A possível no momento seria a prisão preventiva, uma vez que o ex-presidente não foi nem indiciado, nem denunciado e muito menos condenado.

Para decretar a prisão preventiva de alguém é preciso que se tenha evidência de que a pessoa está obstruindo ou pode obstruir as investigações.

De acordo com policiais federais envolvidos no caso, até existem algumas evidências disso, mas não são públicas e ainda não seria hora de expô-las.

Além disso, não seriam evidências fortes o bastante para sustentar um pedido de prisão preventiva – nem mesmo para Alexandre de Moraes, com todo o seu poder no STF e influência nos meios políticos.

Outro obstáculo nada desprezível para a PF é a Procuradoria Geral da República (PGR), a quem cabe opinar sempre que um pedido de prisão é feito – e que não tem dado aval às iniciativas da PF.

A PGR foi contra a prisão preventiva de Silvinei Vasques, executada por determinação de Moraes no último dia 9, e desde abril já vinha defendendo a soltura do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que só veio a ser solto no mês seguinte, em maio.

Nesses casos, quem assina os despachos é a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, tida como aliada da família Bolsonaro e pessoa de confiança do PGR, Augusto Aras.

Embora os pareceres de Lindôra tenham sido ignorados por Alexandre de Moraes em suas decisões, na PF se avalia que, para prender um ex-presidente da República, é preciso ter no mínimo um consenso entre os órgãos que participam da investigação, incluindo o Ministério Público.

Por isso, fontes da corporação e interlocutores de Moraes no Supremo tem afirmado, nos bastidores, que não vão pedir o indiciamento de Bolsonaro e nem denunciá-lo ao STF antes do final do mandato de Aras, no final de setembro.

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