Brasil pode se tornar a 8ª maior economia do mundo em 2023, avalia economista da Austin Rating

Dados do FMI projetam que crescimento do PIB brasileiro pode colocar país entre os 10 mais ricos do mundo; para o especialista, desempenho surpreendente pode melhorar ainda mais o rankeamento

O economista-chefe da ‘Austin Rating‘ – agência classificadora de risco de crédito, Alex Agostini, afirma que o Brasil pode subir para a 8ª posição no ranking mundial de maiores economias do Planeta ainda neste ano de 2023, após o FMI (Fundo Monetário Internacional) posicionar nosso País na 10ª posição. Agostini diz que os dados do FMI está desatualizado e que a Economia brasileira “tem um potencial muito grande“.




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A Austin projetou o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro fechando este ano com expansão de 2,31%, superando países que, no 2º trimestre, tiveram crescimento maior que o Brasil na comparação com o 1º trimestre. Mas após isso, a ONU (Organização das Nações Unidas) já estima um aumento de 3,3% neste ano, acima da taxa global, de 2,4%.

O fortalecimento do PIB brasileiro deve ser maior que a média da América Latina e Caribe, onde a previsão é de 2%, conforme o relatório “Conectados: tecnologias digitais para a inclusão e o crescimento”, apresentado, na quarta-feira (4/10), pelo economista-chefe do Bird, William Maloney.

Segundo ele, um dos fatores que contribuíram para o aquecimento da economia brasileira foi a criação, pelo governo federal, do Programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas de pessoas físicas.

Nos dez primeiros meses de execução do programa, cerca de 6 milhões de brasileiros que tinham dívidas de até R$ 100 conseguiram limpar o nome e se reabilitaram para contrair novos empréstimos e realizar operações, como fechar contratos de aluguel.

O Desenrola já está na segunda fase, que deve beneficiar mais 32 milhões de pessoas, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O economista do Banco Mundial destacou também o fato de o Brasil ter iniciado um processo de redução das taxas de juros, uma medida que, segundo ele, contribuiu para melhorar o ritmo de crescimento do PIB. Na América Latina, além do Brasil, apenas o Chile tem adotado essa medida.

Já para 2024, William Maloney projetou que o Brasil crescerá 1,3%, frente a 1,4% da projeção publicada em junho, e a estimativa para 2025 é de 2,2%, ante 2,4% da expectativa anterior.

ONU

Outra boa notícia para a economia brasileira vem do relatório da Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), divulgado nesta quinta-feira (5). O documento aponta que a taxa de crescimento do PIB brasileiro deve ficar em 3,3% neste ano, acima dos 2,9% de 2022. Já o aumento da economia global é estimado em 2,4%, uma desaceleração em relação aos 3% de 2022.

O relatório registra também que, entre 2015 e 2022, o crescimento da economia brasileira não acompanhou a expansão global. Em 2023, no entanto, o cenário é o inverso.

Além disso, o documento atesta que, entre os países do G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo mais a União Europeia, apenas Brasil, China, Japão, México e Rússia devem apresentar crescimento econômico na comparação com o ano passado.

No relatório, a ONU destaca o agronegócio brasileiro como um dos motores do avanço do PIB. “O crescimento das exportações de commodities e as colheitas abundantes impulsionam o aumento do crescimento”, diz.

Os dados da ONU confirmam a importância das ações do governo Lula para fortalecer a produção no campo. Em junho, por exemplo, o presidente lançou o Plano Safra 2023/2024, o maior da história do país, com recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões para apoiar médios e grandes produtores rurais. Os valores representam um aumento de 27% em relação ao financiamento do ano passado.

Por outro lado, ao citar “forças recessivas” que impedem um crescimento econômico ainda maior, o relatório das Nações Unidas destaca entre elas os juros altos. Atualmente, o Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, define a taxa básica de juros (Selic) no patamar extorsivo de 12,75% ao ano. Para 2024, a ONU prevê que o PIB brasileiro tenha um crescimento menor que em 2023, de 2,4%.

Economia global

A ONU, conforme o relatório, considera que a economia mundial está fazendo um voo a uma “velocidade de estol”, ou seja, de um avião que está prestes a cair. O documento indica um quadro de estagnação, com diversos casos de recessão, e afirma que a “economia global está em uma encruzilhada, na qual caminhos de crescimento divergentes, desigualdades cada vez maiores, concentração crescente do mercado e cargas crescentes de dívidas lançam sombras sobre seu futuro”.

Para a ONU, é preciso que os agentes políticos e econômicos promovam “reformas institucionais da arquitetura financeira global, políticas mais pragmáticas para combater a inflação, a desigualdade e a dívida soberana, bem como uma supervisão mais forte dos principais mercados”.

Essas mesmas observações têm sido feitas com frequência pelo presidente Lula, que iniciou uma mobilização mundial contra a pobreza, a fome e todas as formas de desigualdade. Foi esse, inclusive, o foco do seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, no mês passado, quando também defendeu reformas nos organismos de governança global.

A Austin Rating

Com o ritmo apresentado, os dados do FMI usados pela Austin Rating projetam que a riqueza do Brasil pode chegar a US$ 2,08 trilhões (R$ 10,29 trilhões) ao final de 2023.

Caso as expectativas sejam atendidas, o país cresceria o suficiente para voltar a figurar entre as dez maiores economias do mundo, subindo junto da Itália e desbancando a Rússia.

O país eslavo apresenta tendência de queda em 2023 devido ao cenário de guerra em curso com a invasão à Ucrânia. Em 2022, o PIB russo fechou em US$ 2,21 trilhões (R$ 10,96 trilhões); já nesse ano, a expectativa é de fechamento em US$ 2,06 trilhões (R$ 10,19 trilhões).

Com a proximidade apresentada entre o PIB brasileiro e as riquezas da Itália e do Canadá, Agostini avalia que há a possibilidade de o Brasil encerrar o ano na oitava posição.

Os dados de projeção do PIB apresentados pela agência foram produzidos pelo FMI em abril, e segundo o economista, essas projeções já foram superadas.

Lá em abril, ele [o FMI] estimava um crescimento econômico para o Brasil de 0,9%. A gente já está com um crescimento muito maior. A estimativa para o Canadá e para a Itália ficava entre 1,5 e 1,7%, e eles devem crescer ao redor disso”, indica Agostini.




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Com o PIB crescendo mais que o estimado e o real estando mais valorizado do que quando o FMI fez o ranking, a gente pode estimar que o Brasil tem uma diferença no dado atual para o final do ano de mais de US$ 100 bilhões (R$ 494 bilhões)”, conclui o economista. “Assim, o país superaria Canadá e Itália de uma só vez”.

Com CNN e PT.Org.

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