‘Balas na agulha já foram e restam poucos cartuchos, sem sinal da bala de prata’, diz Vera Magalhães sobre Bolsonaro

“Nunca antes um presidente chegou tão mal avaliado e com uma rejeição tão monolítica nos 30 dias anteriores à eleição”, escreve a jornalista atacada na Band

Nunca antes um presidente chegou tão mal avaliado e com uma rejeição tão monolítica nos 30 dias anteriores à eleição. As balas na agulha já foram usadas, e agora restam poucos cartuchos, sem sinal da bala de prata“, escreve a jornalista Vera Magalhães, no Globo, sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), que não consegue “reverter uma rejeição que permaneceu inalterada mesmo diante dos programas sociais turbinados já atropelando a lei eleitoral e que se firma como fator decisivo da eleição deste ano“.

Atacada pelo atual oupante do Palácio do Planalto durante o debate entre presidenciáveis, no domingo (28/8), a jornalista argumenta sobre os resultados insatisfatórios das “pretensões eleitorais de Bolsonaro“, acrescentando que “resta à campanha apostar todas as fichas na associação de Lula com a corrupção e com governos de esquerda a ser demonizados nos países do continente“.

O dramático, para ele, é que esses são temas que não dizem absolutamente nada aos eleitores mais pobres, seja do Nordeste ou das grandes cidades do Sudeste“, prossegue Vera Magalhães. Este segmento do eleitorado deu “de ombros para o aumento dos auxílios” e segue “sentindo no bolso a inflação de alimentos“, além de não se mostrarem ““gratos” a Bolsonaro, como seus ministros parecem esperar de modo quase infantil nas redes sociais, pelos R$ 600 ou pela redução no preço dos combustíveis“.

O voto feminino, cobiçado por representar mais de 50% do total de eleitores aptos a votar, continua refratário a um presidente e candidato capaz de se descontrolar num debate em rede nacional e de ofender jornalistas e candidatas mulheres“, escreveu a autora do texto, lembrando que ela mesma foi a vítima do presidente.

A jornalista diz que Bolsonaro agora pode de vez “”entornar o caldo com o Tribunal Superior Eleitoral“, por conta do 7 de Setembro, “e de perder ainda mais apoios, e partir para o tudo ou nada, opção que condiz mais com sua característica de ignorar conselhos e agir sempre de acordo com sua lógica particular e tortuosa“. Magalhães observou que “as milícias bolsonaristas deram a ordem unida de reforçar os ataques às mulheres nas redes sociais“, após o debate da Band, o que ela considerou “incompreensível diante da evidente necessidade de ele crescer agora para garantir o segundo turno e se mostrar capaz de uma virada nas quatro semanas que separam os dois encontros dos eleitores com as famosas urnas eletrônicas“.

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