Para Denise Garrett, a imunização não terá eficácia muito acima de 60% e as promessas têm caráter político
Em entrevista ao canal Jornal da USP, no YouTube, transmitida ao vivo nesta quarta (14), a epidemiologista vice-diretora do Saabin Vacccine Institute – entidade que promove o desenvolvimento global de vacinas, afirmou:
“Quando eu ouço o ministro falar que vai começar a vacinação no dia 15 de dezembro, na verdade ou ele está extremamente mal informado ou ele falou de má fé sabendo que isso não vai acontecer, o que é uma irresponsabilidade“.
Garret disse ainda que “quem trabalha com vacina, sabe que não é prudente, eu diria que é até mesmo irresponsável, você prometer uma vacina com uma data certa“.
As vacinas estão longe de cumprir as promessas feitas por governos, diz a vice-diretora da entidade, em especial os do Brasil e EUA. Garret afirma que as vacinas dificilmente proporcionarão uma imunização completa, sendo esperado algo em torno de 60%.
Para a epidemiologista, tais promessas têm caráter político-eleitoral, como as feitas pelo presidente americano Donald Trump.
“A vacina vai demorar”, disse Denise Garrett recomendando a manutenção dos cuidados contra o vírus da covid-19 e reforçando que o isolamento ainda é a medida mais prudente.
Os convidados do Jornal da USP também comentaram as segundas ondas da pandemia que começam a ocorrer na Europa, além de mencionarem descobertas da ciência sobre o coronavírus.
A live foi apresentada por Luiza Caires e, além da vice-diretora do Instituto nos EUA, Denise Garrett, também contou com a participação do biólogo e pesquisador Anderson Brito, da Yale University, que discutiram as últimas notícias e questões controversas das principais vacinas em teste e os debates mais recentes sobre tratamentos.
Assista à entrevista completa: