“A má política no Congresso Nacional está na mão da direita, nós temos um governo de centro-direita, é um governo do Bolsonaro sem o Bolsonaro“, disse o ex-governador do Paraná em entrevista – LEIA PRINCIPAIS TRECHOS
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“Lamento a desfiliação do ex-governador Roberto Requião, mas discordo das críticas injustas. Requião sabe como foi importante a frente política mais ampla que construímos no PT para eleger Lula e, aí sim, livrar o Brasil de um governo de extrema-direita”, escreveu a deputada federal pelo Paraná e Presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, nas redes sociais, nesta quinta-feira (28/3). Ela concluiu:
“E deve saber também que nosso governo reconstruiu políticas públicas que atendem os mais pobres, retomou a geração de empregos, fez crescer o salário e a renda, além de defender a democracia e enfrentar os golpistas. Isso é muito diferente de “aderir à direita”“. Mas o que disse o ex-governador e ex-senador Roberto Requião?
Em entrevista ao jornalista e advogado paranaense Esmael Morais, que também é editor do ‘Blog do Esmael‘, há dois dias, Requião se disse decepcionado com o Partido dos Trabalhadores (PT) e diz que a legenda perdeu sua função transformadora no Brasil.
Requião disse que o PT aderiu à direita e menciona especificamente questões como a venda de empresas estatais, alianças questionáveis e a perda da soberania nacional. O ex-governador do Paraná destaca, contudo, sua admiração pessoal pelo ex-presidente Lula, mas expressa descontentamento com a direção atual do partido, afirmando sua busca por uma estrutura partidária diferente.
Leia os principais trechos da crítica de Roberto Requião:
“A má política no Congresso Nacional está na mão da direita, nós temos um governo de centro-direita, é um governo do Bolsonaro sem o Bolsonaro. E se você quiser que eu radicalize um pouco, são as mesmas as medidas que eles criticam que o Javier Milei faz na Argentina“, disse Requião.
“Eu saio quando vi que o PT não era mais um instrumento de transformação no Brasil“, afirmou. (…) o partido está atrelado a este jogo da extrema direita, da centro-direita no momento, que prejudica o Brasil numa forma dura.
No decorrer da entrevista a Esmael Morais, o aliado do Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que sua história como político, agora sem partido, não o permite “fazer um avanço pela direita” e citou o caso Moro: “O direto não pode ser abusado. Nós estamos tendo quase a cassação do mandato do Sergio Moro, as fatalidades da Lava jato. O abuso em relação a uma pessoa, é uma ameaça a todos nós. Eu quero que a justiça aja conforme a lei“.
Após Esmael conduzir a entrevista para um âmbito mais regionalizado, por fim, Roberto Requião ainda teve a chance de afirmar, a um nível nacional, que “fundamental é que o partido é um instrumento de luta política. Quando ele deixa de ser um instrumento das transformações para a melhoria do povo, valorização das pessoas, oferecimento de trabalho e de salário, perde o sentido“.
“É lamentável para mim que o PT esteja se transformando. Eu insisto, tem gente boa. Mas essa história do partido no poder, de carginhos, as possibilidades de emprego para quem mantém todo mundo coeso, esquece a perspectiva do interesse público. Por isso eu me afastei“, disse.
“Agora eu continuar apoiando o governo federal no que achar positivo. Eu já disse a vocês que aprecio a conduta do Lula na política Internacional. As críticas que ele faz ao genocídio, em Gaza, por Israel. Acho que aí não temos muito reparo a fazer”, prosseguiu o ex-governador.
“Aí se aliou à direita no Paraná. O Lula é aliado do Rato [Ratinho Júnior – Governador] no Paraná, com tudo que nós combatemos nos últimos 40 anos“, concluiu Requião, mostrando-se contra a atuação política do estadista (deve-se frisar) ao lado de inimigos políticos (talvez, o principal motivo para a desfiliação), com as cartas que Lula tem na mesa, enquanto estas não podem ser mudadas, para seguir jogando o jogo.
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Requião saindo do PT, os indicados por ele em cargos do governo federal saem também ? Ele como o grande politico que é, ex governador, ex senador, deveria entender o que é governar sem ter maioria e ter que formar um governo de coalizão, para aprovação de projetos importantes para o país.