Por que Flávio Dino escolheu um bolsonarista e lavajatista para diretor-geral da PRF no Governo Lula

Edmar Moreira Camata era fã da Lava Jato, defendeu prisão de Lula e é seguidor do candidato derrotado e ainda presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, optou pelo nome de Edmar Camata para ser o novo diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal). O policial rodoviário é atualmente secretário de Transparência do governo do Espírito Santo.

Em 2017, ele defendeu nas redes sociais a Operação Lava Jato e anunciou encontros com o ex-procurador e hoje deputado federal eleito e diplomado, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), além do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), que hoje também é Senador eleito e diplomado.

Edmar ajudou a criar o MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), participou do “Unidos contra Corrupção” e participou ativamente na campanha “10 Medidas Contra a Corrupção“, impulsionada também pelo inimido de Lula e do PT. Ele também é sobrinho do ex-senador e ex-governador do Espírito Santo, Gérson Camata (PSDB), de 1983 a 1986, que também teve três mandatos como senador, dois como deputado federal e deputado estadual, além de vereador da capital Vitória.

Atualmente, Camata trabalha com o governador Renato Casagrande (PSB), do mesmo partido do futuro ministro Flávio Dino. O policial foi candidato a deputado estadual pelo PSB, é formado em direito e mestre em políticas anticorrupção e especialista em gestão em segurança pública. Foi policial rodoviário nas estradas, fazendo patrulhamento.

Para Flávio Dino, ele “é uma pessoa que tem amplo conhecimento da instituição, uma vez que já a integra há 18 anos e, ao mesmo tempo, tem experiência de gestão. E a escolha de Camata leva em conta essa ideia de aperfeiçoamento gerencial dessas instituições para que elas possam obedecer os princípios da economicidade e eficiência“, disse, conforme transcrição feita pelo UOL.

O texto no portal de notícias diz que a missão de Camata é “apaziguar os ânimos dentro e fora da corporação. Dessa forma, a ideia é manter o trabalho de patrulhamento das rodovias dentro dos limites. Com isso, a imagem de respeitabilidade perante a população pode ser recuperada“, conforme avaliaram “policiais ouvidos pela reportagem” da mídia, “nos últimos dias“.

Nos últimos meses, a Polícia Rodoviária Federal passou por várias crises, o que levou o atual diretor-geral, Silvinei Vasques, a se tornar réu por improbidade, por usar o cargo em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), que era candidato à reeleição e se tornou o primeiro chefe de Executivo a não conseguí-la. Além disso, no dia das eleições, a PRF levantou suspeitas ao concentrar ações para fiscalizar ônibus no Nordeste, região que tem a maior fatia do eleitorado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Depois das eleições, quando bolsonaristas bloquearam rodovias e pediram um golpe militar, a PRF tambémnão conseguiu impedir ou liberar as estradas nos primeiros dias. Antes disso, ainda no governo de Bolsonaro, uma equipe da PRF matou um homem asfixiado, também no Nordeste. Para complicar, a corporação participou de uma operação fora das rodovias, no Rio Janeiro, onde 25 pessoas foram mortas.

Mas Flávio Dino disse que “esses episódios passados não se repetirão“. O futuro ministro disse que a primeira reunião com o novo chefe da PRF será na próxima segunda-feira (26/12), depois do Natal, quando será discutida a proteção das rodovias antes e durante a posse, garantindo que “não haverá nenhum tipo de interrupção de rodovias no que se refere a Brasília“. Além de Edmar, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública também anunciou, nesta terça-feira (20/12):

Augusto Botelho, advogado criminalista, para a Secretaria Nacional de Justiça.
Ricardo Saadi, delegado, para a Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal).
Ademir Dias Cardoso Junior como diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação na PF.
André Luis Lima Carmo, será diretor de Administração e Logística na PF.
Guilherme Monseff de Biagi, será diretor de Gestão de Pessoas na PF.
Helena de Rezende, será corregedora-geral da PF.
Humberto Freire de Barros, será diretor de Amazônia e Meio Ambiente na PF.
Luciana do Amaral Alonso Martins, será diretora de Ensino na PF.
Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira, será chefe de Gabinete da PF.
Otávio Margonari Russo, será diretor de Combate a Crimes Cibernéticos na PF.
Roberto Reis Monteiro Neto, será diretor técnico-científica da PF.
Rodrigo de Melo Teixeira, será diretor de Polícia Administrativa na PF.
Rodrigo Morais Fernandes, será diretor de Inteligência da PF.
Valdecy Urquiza, será diretor de Cooperação Internacional da PF.

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7 comentários em “Por que Flávio Dino escolheu um bolsonarista e lavajatista para diretor-geral da PRF no Governo Lula”

  1. VICENTE RUIZ LOPES

    Não tem cabimento nomear um bolsonarista para comandar a polícia federal, será que não existe na corporação alguém neutro, capaz e competente que não seja da extrema direita porque sendo amigo bolsonarista para mim não presta. Vai dar ruim.

  2. Tânia Regina Alves Do Carmo

    Ele é bolsonarista, então estava conivente com toda essa vergonha que fizeram a PRF passar e perder a credibilidade por isso.

  3. Não!
    Não foi “bola-fora” do Dino, não!
    Ele, “apenas”, está deixando claro, para Raimundo e o mundo, quem é que manda e, o mais importante, quem é que decide.
    Simples assim.
    De quebra, há a inegável experiência do Ministro, a inegável competência , a inegável Honestidade!
    Sr Ministro Flávio Dino, creia / saiba, confiamos no senhor.
    Forte abraço!
    Fausto.

  4. Fernando Alves Vieira

    Começou fazendo gol contra. Lula tem que intervir. Nem um chefe de qualquer polícia, deveria ser defensor de partido, ideologia partidária… Colocar um Bolsomínion como diretor geral da PRF, é uma Afronta a inteligência de qualquer um que sofreu com essa gente durante 4 anos.

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