Brasileiro que foi lutar na Ucrânia sobrevive a bombardeio russo: ‘Todo mundo morreu’ (vídeo)

“Tinha gente do mundo inteiro”, disse o atirador brasileiro de Maringá – PR, que correu ao perceber que as Forças Aeroespaciais da Rússia destruiriam o Batalhão da Legião Estrangeira

Thiago Rossi, instrutor brasileiro de tiro que foi para a Ucrânia, disse em seu stories que “todo mundo morreu”. Ele escapou de um ataque aéreo com mísseis em sua unidade da Legião Estrangeira, que foi apagada do mapa ucraniano neste domingo (13/3), e disse que os poucos que sobreviveram estão fugindo para a Polônia.

Veja abaixo e leia mais a seguir:

4:24 PM · 13 de mar de 2022 David do prado Silva @divaD1996

As imagens postadas acima são um trecho de um vídeo mais extenso compartilhado por Tiago Rossi, no Instagram, neste domingo (13/3). Morador de Maringá, no norte do Paraná, 28 anos, anunciou há uma semana que iria no dia 8 para a Ucrânia, para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia – unidade militar formada por estrangeiros voluntários para combater os russos. Ele disse que foi convidado para dar apoio como atirador do exército.

“Eu vi o que a Ucrânia está passando. Tenho amigos de outros países lá, lutando por eles. Está muito acima de qualquer outra coisa. Apenas vou dar meu melhor e usar tudo que sei para defendê-los. Se fosse o Brasil no lugar deles, faria a mesma coisa”, disse ao g1, na ocasião.

A BBC News Brasil já havia apurado que brasileiros têm buscado por informações sobre como participar do conflito, principalmente, após os primeiros ataques e depois que o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky anunciou, em 27 de fevereiro, a criação da Legião.

A Embaixada da Ucrânia em Brasília disse ao jornal que o assunto tem sido tratado pelo adido militar da representação no país e acrescentou que não tem conhecimento de brasileiros que conseguiram se alistar a essa legião internacional.

O instrutor maringaense que fugiu para a Polônia havia dito, na ocasião da entrevista ao g1, que por segurança não poderia dar detalhes sobre o convite que recebeu. Rossi publicou em uma de suas contas nas redes sociais sobre sua participação no conflito antes de viajar à Ucrânia.

Na semana passada, o atirador brasileiro disse que “cada um atua na tua especialidade, é bem organizado. Estamos bem assessorados pela inteligência ucraniana. É uma experiência ímpar. Confesso para vocês que dá medo, não tenho nenhuma experiência em uma guerra, obviamente, mas acho que vai ser algo inesquecível na minha vida“.

Pela narrativa do vídeo, de fato, ele jamais se esquecerá, especialmente dos amigos mortos.

Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia

Há mais de uma semana, pelo Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, convidou estrangeiros que queiram lutar contra o exército russo: “Estrangeiros dispostos a defender a Ucrânia e a ordem mundial como parte da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, eu convido vocês a contatar as missões diplomáticas da Ucrânia em seus respectivos países“, disse Kuleba. É esse o caminho que alguns brasileiros adotaram nos últimos dias para buscar informações sobre como participar dos combates.

Procurada pela BBC News, a Embaixada da Ucrânia em Brasília confirmou que tem sido procurada por brasileiros sobre o assunto, mas disse que o procedimento tem sido feito diretamente na Ucrânia e que não há expectativa de que a embaixada possa organizar o transporte de brasileiros que querem lutar lá.

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