O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, em novembro de 2021 Foto de Isac Nóbrega / PR / Divulgação |
Ministros militares e políticos avaliam que assim o presidente não teria que assumir publicamente o ônus de concordar que existe suspeita de desvios envolvendo a pasta
Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que seu governo não tem corrupção há três anos e três meses, e que tentam igualá-los com quem os antecederam, ministros militares e políticos avaliam que, sob o bombardeio da mídia sobre as revelações dos esquemas no MEC, a saída que pode salvar Bolsonaro é demitir o ministro da Educação Milton Ribeiro, sendo ideal que o próprio pedisse demissão.
O gestor da pasta disse à CNN, na quinta-feira (23/3), que não tem intenção de sair que Bolsonaro ligou para dizer que ele segue firme na função. Além disso, Flávio Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, defenderam que o ministro permaneça.
Para evitar que a oposição elabore discursos sobre a corrupção do governo Bolsonaro, devido ao avanço das investigações sobre o lobby de pastores, governistas avaliam que a permanência de Ribeiro trará desgastes constantes ao presidente, conforme escreveu a jornalista Bela Megale, no Globo.
Eles preferem que Ribeiro ‘peça as contas’ porque Bolsonaro não teria que assuimr publicamente o ônus de concordar que existe suspeita de desvios envolvendo o MEC. Assim, se o assunto não esfriar, a saída de Milton Ribeiro é a sequência lógica.
Bolsolao do MEC
“Em vez de o MEC estar preocupado em universalizar a educação, garantindo qualidade e excelência, da básica à especialização e pesquisa, ele está preocupado com o desvio de verbas para o o bolso de grandes igrejas e pastores corruptos e estelionatários”, afirmam os redatores do portal PSTU.
“Em vez de o Estado brasileiro estar investindo em obras públicas e projetos para garantir vida digna aos trabalhadores, juventude e povo pobre brasileiro, gerando pleno emprego e entregando saneamento básico, garantia alimentar, saúde, educação e infraestrutura de qualidade para a nossa classe, o Estado age em conluio com pastores para desviar nossa riqueza a esse plano devastador e assassino de poder dos grandes pastores multimilionários”, prossegue a redação.
“Por isso gritamos e lutamos com todas as forças pelo Fora Milton Ribeiro, Fora Bolsonaro e Mourão”, escreveram os jornalistas do portal, que depois convocaram “toda a juventude a somar com a gente no Rebeldia, em todo o Brasil, nessa luta urgente e fundamental.”