“Não se trata de afirmar que uma pessoa branca não possa integrar a luta antirracista, mas de reafirmar o símbolo vital que envolve essa substituição: o reconhecimento de um homem negro abolicionista enquanto defensor dos direitos humanos“, disse secretária do MDHC
O governo do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)decidiu revogar a “Ordem de Mérito Princesa Isabel“, criada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em dezembro do ano passado, e instituiu o Prêmio Luiz Gama de Direitos Humanos.
A decisão do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, sob a gestão de Silvio Almeida, determinou que a homenagem será concedida a “pessoas físicas ou jurídicas” cujos trabalhos ou ações “mereçam destaque especial nas áreas de promoção e de defesa dos direitos humanos no País“, diz o texto do documento, conforme transcrito no UOL,
A honraria será entregue bienalmente em anos pares, segundo o decreto publicado no DOU (Diário Oficial da União), nesta segunda-feira (3/4).
A secretária-executiva do MDHC, Rita Oliveira, explicou que “não se trata de afirmar que uma pessoa branca não possa integrar a luta antirracista, mas de reafirmar o símbolo vital que envolve essa substituição: o reconhecimento de um homem negro abolicionista enquanto defensor dos direitos humanos“, afirmou, referindo-se ao escravo abolicionista, que também foi jornalista e escritor.
Nascido em 1830 na Bahia, Luiz Gama foi vendido pelo pai aos 10 anos. Ele se tornou um dos principais símbolos na luta pelo fim da escravidão no Brasil.
Em 2018, Gama foi considerado Patrono da Abolição da Escravidão pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). A honraria foi em reconhecimento por sua atuação em defesa dos escravos. Ele morreu em 24 de agosto de 1882.
