Tarcísio de Freitas discursa durante reunião do PL, ao lado do presidente do partido, do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama, Michelle – Reprodução Instagram
O derrotado para Lula jogou contra o povo brasileiro, contra o crescimento de 2,39% do PIB, contra alimentos e combustíveis mais baratos e defendeu milionários pois eles terão aumentos de impostos com a Reforma Tributária, aprovada em dois turnos na Câmara
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tiveram uma reunião em que o governador virou alvo de críticas por apoiar a reforma tributária – e querer liberar a bancada para votar o projeto.
Tarcísio afirmou no começo da semana que estava de acordo com o texto e tinha apenas algumas ressalvas:
“Fizemos reunião com as lideranças, com o setor empresarial, com o coordenador da bancada, ontem fizemos reunião com a bancada de São Paulo, fizemos reunião com o relator. Então, acho que todo mundo já conhece quais são os pontos de São Paulo, as divergências, que são poucas e são divergências ajustáveis para que a gente possa preservar o federalismo“, afirmou Tarcísio, conforme transcrito no ‘g1‘ na terça-feira (4/7).
Bolsonaro se enfureceu com a declaração de Tarcísio e criticou duramente o governador. Além disso, o presidente ficou irritado com a aparição de Tarcísio ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem se reuniu na manhã de quarta-feira (5/7), em Brasília.
Tarcísio também foi alvo de bolsonaristas do PL. Tanto que Valdemar Costa Neto precisou, inclusive, intervir em alguns momentos.
O governador adotou a linha do diálogo e de busca por uma solução sobre um ponto considerado importante para o país, mas parte da oposição preferia manter o embate com o governo, apesar de o tema ser de interesse de todos, por antipetismo puro.
O ex-presidente, inelegível, fez várias críticas ao perfil político de Tarcísio, chegando a afirmar que ele não tem experiência política. Antes da votação que deu vitória ao governo Lula, Bolsonaro disse em reunião do PL, ao lado de Tarcísio:
“A Câmara começa com vocês. Nós temos que ter alguns dias a mais para chegar num consenso [sobre o texto da reforma]”, diz Bolsonaro no começo de um vídeo que circulou nas redes sociais. Em seguida, Tarcísio mostrou a canoa furada do inelegível, na cara dele, que, por derrotismo, insistia na narrativa contrária ao crescimento do país.
Tarcísio afirmou que a direita não pode perder a narrativa de ser favorável a uma reforma tributária: “Porque se não a reforma acaba sendo aprovada, e quem aprovou?”, questionou, antes da grande noite de vitória na Câmara dos Deputados.
“A grande questão é construir um bom texto [para aprovar]”, completou. No meio da fala de Tarcísio, Bolsonaro o interrompeu e usou o microfone para dar seu recado: “Pessoal, se o PL ficar unido não aprova nada”. A fala do ex-presidente é seguida por aplausos. Porém, carecia de argumentos positivos, como sempre.
A proposta de Bolsonaro era adiar para a primeira semana de agosto a votação da reforma tributária. Mas Lira mandou recado de que isso estava fora de cogitação.
Bolsonaro jogou contra o povo brasileiro, por antipetismo, mas foi derrotado. Por fim, o texto da reforma tributária foi aprovado em definitivo pela Câmara dos Deputados no início da madrugada desta sexta-feira (7/7). A votação do segundo turno foi chancelada com 375 votos favoráveis e 113 contrários. SAIBA MAIS AQUI