Com Planalto militarizado, Bolsonaro fecha-se ao Congresso – o que vem aí?

Et Urbs Magna – Troca de Onyx Lorenzoni por general da ativa Walter Souza Braga Netto na Casa Civil da Presidência militariza quase todos os cargos principais do Palácio do Planalto. Segundo o Carta Capital, isso sinaliza que Bolsonaro fechou-se aos políticos e não pretende pedir nada ao Congresso este ano, pois Lorenzoni era um canal que os parlamentares podiam procurar e agora o guichê oficial do Planalto que contava com um general da ativa, Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo, agora tem como alternativa Braga Netto. Assim, as reformas econômicas liberais desejadas por Paulo Guedes e o Rodrigo Maia dependerão do empenho da dupla para andar.

O deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) cujo partido tem ministros no governo diz que a nomeação de Braga Netto aprofunda a distância do governo. O parlamentar tem uma proposta de mudança na Constituição que permite ao governo adotar medidas duras, em caráter emergencial, para contornar contas no vermelho, como reduzir por 12 meses a jornada e o salário do funcionalismo federal, numa espécie de reforma administrativa provisória.

Já Guedes quer uma reforma administrativa permanente, com diminuição do número de servidores, por exemplo, e tem uma proposta para Bolsonaro mandar ao Congresso, mas agora terá de ir atrás de parlamentares para que aprovem certas medidas.

➤ Leia também:
Bolsonaro nomeia almirante para a SAE e todos os ministros com gabinete no Planalto passaram a ser de origem militar – o que vem aí?

Em novembro chegou ao Senado a PEC Emergencial de Guedes, pedindo uma reforma administrativa provisória, que também permite cortar por um tempo salário e jornada dos servidores.

Após 28 anos [como deputado] na Câmara sem aprovar nada, eu digo que a melhor reforma [tributária] é a que será aprovada”, afirmou Bolsonaro no início de fevereiro, na Fiesp.

Mas a reforma administrativa tem potencial para ser um abacaxi ainda maior para ele, por jogar o funcionalismo público contra o governo. Não é à toa que, desde janeiro, Bolsonaro tem dito que a reforma administrativa do governo, só para futuros funcionários. Para os atuais, não. “Tem que ser dessa maneira”, disse em 3 de janeiro. “Às vezes a equipe econômica tem algum problema de entendimento conosco porque eles veem números e a gente vê número e pessoas.

Leia mais no Carta Capital

Comente

Comente

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.