Vera: ‘LULA reverte domínio da narrativa de Bolsonaro: Nogueira diz que vai no Piauí e volta já. Será?’

A 10 dias da eleição, “QG” do ex-presidente, em busca por voto útil, deixou o chefe do Executivo “atordoado, perdido, desmotivado, escreve a jornalista

A estratégia do QG de Luiz Inácio Lula da Silva em busca do voto útil conseguiu reverter a tendência de praticamente toda a campanha: Jair Bolsonaro perdeu o domínio da narrativa eleitoral a dez dias do pleito. Depois de esgotar todas as cartadas, mesmo a exótica viagem internacional no momento crucial da eleição, o presidente e seu entorno parecem atordoados, perdidos, desmotivados“, escreve Vera Maralhães, a jornalista que foi atacada, primeiro pelo presidente e um seguidor, deputado.

Jair Bolsonaro (PL), durante debate entre presidenciáveis na Band TV, disse, ao ser questionado: “Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. Ele deixou de responder à pergunta. Depois, Vera Magalhães foi assediada moralmente pelo o deputado estadual Douglas Garcia (Podemos-SP), que usou o mesmo método e palavras, também na mesma emissora, desta vez em confronto de candidatos ao governo de São Paulo.

A pregação pelo voto “Lula já” surtiu efeito junto a juristas, artistas, economistas, adversários políticos e trouxe até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ex-alvo preferencial do PT, para o debate, ainda que com uma nota em que não dá nomes aos bois, só aos conceitos“, prossegue a jornalista em seu texto no jornal O Globo.

Lula e o PT intensificarão a pesca por declarações de voto emblemáticas, que continuem pautando o noticiário e repercutindo nas redes sociais, ao mesmo tempo que, nas derradeiras oportunidades de entrevistas, debates, lives e horário eleitoral, baterão pesado em Bolsonaro e acenarão aos eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet“, prossegue a jornalista em seu texto, após considerações sobre o voto declarado de FHC em Lula, há algum tempo.

“… no bolsonarismo, o clima mudou totalmente desde a euforia logo contida com o 7 de Setembro. As pesquisas posteriores mostrando estagnação e leve oscilação negativa do presidente e a péssima repercussão do giro internacional desmobilizaram a tropa. Os vários grupos que compõem o bolsonarismo já começam, nos bastidores, a atribuir a culpa pelo cenário atual“, avalia a jornalista.

“Se em público satanizam os institutos de pesquisa e a imprensa, os culpados de sempre, em privado já reconhecem o papel que o destempero do presidente e de seus aliados mais radicais, como o deputado Douglas Garcia, teve para segurar a recuperação das intenções de voto e a queda da rejeição”, prosseque.

O Centrão e o próprio Bolsonaro culpam Paulo Guedes pelas más notícias no Orçamento, que desmentem a súbita preocupação social do presidente na reta final do governo“, escreve Vera, que em seguida lembra do nervosirmo do gestor da Economia, ao deixar para trás jornalistas em ação:

O ministro, se sentindo acossado, até pela ameaça de que, em caso de segundo mandato, seu ministério (e seu poder) será reduzido, reage com nervosismo, abandonando uma entrevista em que fez justamente aquilo de que os aliados reclamam: jogou contra o discurso eleitoreiro. Reativo, atirou contra o colega Ciro Nogueira, a quem acusa de não apoiar Bolsonaro“.

De fato, Nogueira está pegando seu banquinho e saindo de mansinho, ao se licenciar da Casa Civil no momento crucial da disputa. Diz que vai ali no Piauí e volta já. Será que volta?“, pontua a jornalista. O ministro pediu licença para se dedicar à eleição no Piauí

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