A revista reconhece sua derrota na guerra midiática e prevê Lula no Planalto em 2019
“Se quiser conquistar os mercados, cometerá estelionato eleitoral e perderá popularidade. Se mantiver a linha populista, terá dificuldades de governar”, diz Maílson da Nóbrega
4) O recrutamento de nomes de prestígio para a equipe ministerial, além de conhecidos talentos para servir em várias posições da área econômica.
Além disso, Lula assumiria com a economia em lenta recuperação. O governo de Michel Temer reverteu a grave recessão, mas muito ainda é necessário para restaurar o ambiente de 2003, gerador do espaço para ampliar gastos sociais.
Lula voltou aos tempos do radicalismo. Promete um plebiscito para revogar a reforma trabalhista, o teto de gastos e a reforma previdenciária, caso venha a ser aprovada;
Os mercados se assustariam na campanha. A piora do ambiente provocaria fuga de capitais, alta do dólar, elevação dos juros futuros e fortes pressões inflacionárias. Lula poderia prometer algo como a Carta ao Povo Brasileiro de 2002, mas agora dificilmente teria credibilidade para conquistar o apoio do empresariado e dos mercados. Poderia até reverter parte da desconfiança, mas nada comparável ao que ocorreu naquele período.
Para ganhar confiança, Lula poderia comprometer-se em manter as reformas de Temer e em aprofundar as mudanças estruturais, numa linha liberal. Seria um estelionato eleitoral semelhante ao praticado por Dilma quando adotou medidas opostas às prometidas durante a campanha eleitoral. A rápida perda de popularidade dificultaria a condução do governo.
Em lugar disso, Lula poderia insistir na revogação das reformas e ampliaria os gastos do governo para conquistar apoio social. Seria o caminho para o desastre.
Lula não terá vida fácil. O país enfrentará grave crise caso ele, se eleito, aderir a um programa de cunho liberal ou preservar o populismo que tem adotado recentemente.