Luiz Gushiken foi um dos políticos mais perseguidos e injustiçados do Brasil. O ex-ministro de Telecomunicações do Governo Lula morreu transtornado com a mídia acusando-o no caso do Mensalão. A Veja construiu diversas matérias sem nenhuma base de fontes verídicas contra o petista, que faleceu antes mesmo de ser inocentado.
Mais de 10 anos depois, a justiça condenou a Veja pela irresponsabilidade e vilania de sua cobertura panfletária de ultra-direita. A 3.ª turma do Superior Tribunal de Justiça manteve a decisão do TJ-SP e condenou o grupo Abril a pagar a indenização de R$ 100 mil à família. O valor é irrisório frente aos danos irreversíveis causados pelo grupo criminoso de mídia.
Segundo a relatora do recurso, ministra Nancy Andrighi, “o veículo de comunicação somente se exime de culpa quando busca fontes fidedignas, exercendo atividade investigativa, ouvindo as diversas partes interessadas e afastando quaisquer dúvidas sérias quanto à verossimilhança do que divulgará” – o que, afirmou ela, não ocorreu no caso.
A condenação do TJ-SP, conhecida pela postura quase sempre em favor das corporações privadas, chegava a ser uma piada ridícula, já que a condenação por danos morais era de apenas R$ 10 mil, fato corrigido pelo STJ, que ampliou para R$ 100 mil.
“Os jornalistas têm o dever de investigar os fatos que desejam publicar”, afirmou a relatora do processo no STJ.