URGENTE: DOLEIRO ENTREGA TEMER, MOREIRA E ELISEU

O doleiro Lúcio Funaro entregou aos investigadores da Operação Lava-Jato um conjunto inédito de documentos que reconstituiriam o caminho percorrido por parte da propina de R$ 10 milhões paga pela Odebrecht ao PMDB, na campanha de 2014.

A quantia, segundo os investigadores da Lava-Jato, teria sido dividida pelo grupo político do presidente Michel Temer.

O caso remonta ao jantar no Palácio do Jaburu, narrado em detalhes na delação da empreiteira, em que o então presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, afirma ter recebido o pedido de “contribuição” ao partido do então vice-presidente e candidato à reeleição na chapa de Dilma Rousseff.

Os papéis remetidos por Funaro aos investigadores serão usados para fundamentar o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Temer, os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco.

Cumprindo prisão domiciliar em uma fazenda no interior de São Paulo desde dezembro de 2017, o doleiro diz aos investigadores, em ofício enviado à Polícia Federal no dia 14 de março, que passou dias vasculhando os seus registros de pagamento de propina para localizar as evidências.

Funaro encontrou um conjunto de planilhas que ele afirma reconstituir a “entrada de dinheiro em espécie” entre os dias 22, 23, 24 e 25 de julho de 2014.

A soma das “entradas” durante esses quatro dias totaliza R$ 1 milhão. É justamente a quantia que o doleiro afirmou, em delação, ter ido buscar no escritório do advogado José Yunes, amigo pessoal de Temer.

Além da sua contabilidade pessoal, Funaro encontrou outro documento que confirmaria a entrega da propina ao ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, em Salvador.

Toda a movimentação registrada por Funaro ocorreu um mês depois do jantar no Jaburu.

Na delação, Funaro afirma que recebeu uma ligação de Geddel, com um pedido para que “retirasse a remessa de R$ 1 milhão” no escritório de Yunes: “Geddel informou que precisava que os valores fossem enviados para Salvador.

Geddel lhe informou que o dinheiro que iria retirar com José Yunes era referente a uma doação via caixa dois, da Odebrecht, acertada juntamente com Eliseu Padilha e Michel Temer”, contou o doleiro.

Os documentos de Funaro foram repassados aos investigadores 12 dias depois de o próprio presidente Temer ter sido incluído pelo ministro Edson Fachin no rol de investigados do inquérito.

O procedimento sigiloso já investigava os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, apontados como beneficiários da propina por seis delatores da Odebrecht.

O pedido de inclusão de Temer entre os investigados foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

De acordo com a procuradora, os delatores da Odebrecht apontaram, “em declarações e provas documentais”, que Temer, Padilha e Moreira teriam recebido recursos ilícitos da empreiteira “em contrapartida ao atendimento de interesse deste grupo pela Secretaria de Aviação Civil”. Os documentos de Funaro reforçam as declarações dos delatores.

Saiu na Folha:

Juiz aceita denúncia e amigos de Temer viram réus por organização criminosa
Por Fábio Fabrini

O juiz Marcos Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, aceitou denúncia de organização criminosa contra nove pessoas, entre elas integrantes do MDB e dois amigos próximos do presidente Michel Temer, o coronel João Baptista de Lima Filho e o advogado José Yunes.

Os acusados passam agora à condição de réus e responderão a uma ação penal.

A denúncia, referente ao chamado “quadrilhão do MDB”, foi originalmente apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro do ano passado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer e alguns de seus principais aliados, como os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN), além do ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA) e do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PR), flagrado pela Polícia Federal correndo com uma mala de dinheiro da JBS.

O procurador apontou a existência de uma organização que desviava recursos de vários órgãos públicos, entre os quais a Caixa Econômica Federal e Furnas, o Ministério da Integração Nacional e a Câmara dos Deputados.

Por meio do esquema, segundo ele, os integrantes do partido teriam recebido ao menos R$ 587 milhões em propinas.

Com informações do Globo

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