Se mosquitos gostam de se reproduzir dentro de pneus velhos então porque não usar isso contra eles?
Pesquisadores canadenses e mexicanos desenvolveram uma armadilha para o mosquito mais famoso dos últimos tempos. Contra o Aedes aegypti, os testes de campo com a arapuca já mostraram sua eficácia. A Ovillanta foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Laurentian com a ajuda do Instituto Nacional do México de Saúde Pública.

A armadilha para destruir os ovos do inseto que transmite a dengue e o zika recorre ao odor do próprio Aedes aegypti para atrair as fêmeas. É construída com pneus de carro descartados, cortados e montados em formato de boca onde é adicionado um fluido leitoso não tóxico – a feromona – cuja concentração aumenta com o tempo tornando seu poder de atração muito eficaz. O líquido se concentra em uma tira de papel ou madeira onde a fêmea põe os ovos, a qual é removida duas vezes por semana sendo os ovos destruídos com fogo ou com etanol.
Concluiu-se que a ovillanta é sete vezes mais eficaz do que as armadilhas habituais feitas com baldes de um litro. O estudo durou quase um ano e destruiu mais de 18.100 ovos deAedes aegypti por mês através de 84 ovillantas espalhadas em sete bairros da cidade de Sayaxché, Guatemala, que concentra 15.000 habitantes, onde notadamente não foram observados novos casos de dengue.
Sabemos hoje que 0 Aedes aegypti transmite o Zika, a dengue, a chikungunya e a febre-amarela e são dificílimos de controlar. Só o Brasil já registrou mais de um milhão e meio de casos de Zika em um surto que afeta atualmente toda a América do Sul. O mosquito existe em 130 países e, na maioria dos casos, provoca apenas sintomas gripais benignos. No entanto, o vírus tem sido associado a casos de microcefalia, doença em que os bebés nascem com o crânio anormalmente pequeno e déficit intelectual, e a casos de Síndrome Guillain-Barré, uma doença neurológica grave.
Imagem: Daniel Pinelo
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