Bolsonaro convocou live na semana passada prometendo apresentar provas de fraudes, mas reconheceu apenas ter “indícios de irregularidades”
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nota nesta quinta-feira na qual traz esclarecimentos sobre o inquérito da Polícia Federal que apura ataque ao seu sistema interno, ocorrido em 2018, e descarta qualquer tipo de fraude no processo.
O acesso indevido, alvo da investigação, não representou “qualquer risco à integridade das eleições” daquele ano, uma vez que, após sucessivas verificações e testes no código-fonte nada de anormal foi identificado, segundo o TSE.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a convocar live na semana passada sob o argumento de que apresentaria provas de que houve fraudes nas eleições de 2018, mas reconheceu apenas ter “indícios de irregularidades”.
“O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado”, explicou o tribunal, ao acrescentar que as urnas eletrônicas “jamais entram em rede” e, pelo fato de não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto. Isso “impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e apuração”.
Dito isso, a nota do tribunal reforça que a invasão investigada pela PF não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições. E acrescenta que desde 2018, com mudanças no cenário mundial de cybersegurança, “novos cuidados e camadas de proteção foram introduzidos para aumentar a segurança dos demais sistemas informatizados”.
O TSE esclarece que ele próprio encaminhou à PF as informações necessárias à apuração dos fatos e que a investigação nunca comunicou o tribunal sobre qualquer elemento indicativo de fraude. Por fim, o tribunal informa que os sistemas usados nas eleições de 2018 estão disponíveis na sala-cofre para os interessados, que podem analisar tanto o código-fonte quanto os sistemas lacrados.
Segundo a instituição, o episódio foi divulgado em veículos de comunicação diversos à época do ocorrido e, embora seja objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova.