“Temos que tirar o bode maligno da sala; topo Alckmin de vice do LULA e chamo até de Geraldo”

A jornalista Cynara Menezes, o ex-presidente LULA e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ao fundo, uma charge de Aroeira, com Bolsonaro representado por um Bode Na Sala | Sobreposição de imagens


PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO

“Gourmetizando vice a essa altura do campeonato? Depois a gente vê”, diz jornalista

Eu não quero nem saber. Para tirar Bolsonaro eu topo Alckmin de vice do LULA e chamo até de Geraldo. Pessoal gourmetizando vice a essa altura do campeonato? Temos que tirar o bode maligno da sala, depois a gente vê“, escreveu Cynara Menezes na mensagem de seu tuíte.

Cynara Menezes é jornalista independente, editora do site Socialista Morena.

Veja abaixo:

Para ajudar a entender como ‘O Bode Na Sala’ se enquadra na política, reproduzimos o texto abaixo, transcrito do site Migalhas, em junho de 2008.

O nosso herbívoro ruminante, de tão bom animador de pastos baldios e também de quintais, bem que não merecia ser comparado com gente tão hipócrita. Mas o que fazer quando a lenda incorpora a personagem?

Antes de se tornar metáfora política, o bode sobreviveu como espécie não porque fosse abençoado, mas ao contrário porque, grampeado, caiu na listagem do Velho Testamento e, assim, proibido de frequentar o cardápio judeu. (…) As pessoas rezam, cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo e quanto ao bode o que se sabe é que ele até serve para os rituais de magia nas cercanias do Calhau, dos Lagos em Brasília, e do Codó. Espalha-se sempre a onda de que o bode não toma banho, fede muito, e que serve, talvez por isso, para ser comparado aos políticos indesejáveis.

De outra parte, o bode é usado para denominar a pessoa injustamente colocada numa situação na qual todos a atacam e, assim, desviando atenções de algum cenário moralmente devastador e sobre o qual, pela estratégia dos poderosos, ao povo em geral não interessa saber. Daí o bode expiatório.

No mais antigamente, se uma coisa não prestava a culpa era do bode. Aí agarravam o primeiro herbívoro ruminante, berrante e espalhafatoso que encontrassem, e o levavam para o deserto onde o abandonavam para expiar suas culpas. As pessoas acreditavam que, assim, estavam livres de todos os seus pecados. Ou seja, elas pecavam e o bode é que pagava o pato, e no deserto.

Em política, sempre que se pretende alcançar um objetivo polêmico, busca-se diluir a controvérsia inventando outra bem maior, ou seja, um bode. São propostas inimagináveis, que causam tanta indignação quase levando as pessoas ao desespero. Há quem sustente que essa metáfora do bode na sala começou como parábola na China, e tem bode lá? Mas há também quem a descreva como algo da sabedoria política nordestina. Mais ou menos assim.

O camarada reclamou ao companheiro que sua vida em casa estava um inferno, sabe aquela coisa de mesa onde falta comida todos brigam e ninguém tem razão? Aí o companheiro perguntou, você cria um bode e o camarada disse sim. Então, camarada, leva o teu bode para a sala. Ele levou e não deu outra, reação de todo mundo, o bode berrava alto e espirrava feio, exalava um mau cheiro insuportável, a situação só piorou.

O camarada aborrecidíssimo procura o companheiro, ó cara você é meu amigo ou amigo da onça? Por quê? Ora, você me aconselha a botar o bode na sala e a minha situação lá em casa só piorou. Dando uma de guru, responde o sábio companheiro, tira o bode da sala e depois me volta aqui. Dias depois o camarada voltou, e aí?, quis saber o companheiro. Deu certo, respondeu. O bode causou tanto problema que até esquecemos os outros, e agora que não está mais na sala está tudo bem“.

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