Guilherme Derrite é próximo da família Bolsonaro e um dos focos de sua atuação política nos últimos anos tem sido o antipetismo
O secretário da SSP-SP (Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo), Guilherme Derrite, postou no seu Instagram, na quarta-feira (13/9), uma foto de pacotes de maconha que levavam como rótulos adesivos com os dizeres “Faz o L” sobre a imagem do Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A droga foi apreendida pela PM (Polícia Militar) saiu de Ponta Porã (MS) e foi apreendida na cidade de Euclides da Cunha Paulista, no interior de São Paulo, diz Derrite.
“Policiais militares perceberam a atitude suspeita, deram ordem de parada e o casal tentou fugir, até atolar em uma estrada de terra e ser preso. Parabéns aos policiais. Continuamos nosso trabalho para demonstrar que em São Paulo o crime não compensa“, escreveu o secretário do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Derrite é próximo da família de Jair Bolsonaro (PL), especialmente do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e um dos focos de sua atuação política nos últimos anos tem sido o antipetismo.
O deputado estadual Emídio de Souza (PT) reagiu na rede social ‘X‘: “Derrite se apequena ao usar uma operação de apreensão de drogas da Polícia de SP e tentar associá-la ao presidente Lula. Tenha compostura, secretário!”
Derrite se apequena ao usar uma operação de apreensão de drogas da Polícia de SP e tentar associa-la ao presidente Lula. Cargo público exige grandeza e espírito público elevado. Tenha compostura, secretário!
— Emidio de Souza (@EmidioDeSouza_) September 14, 2023
Depois, a AGU (Advocacia-Geral da União) enviou ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) uma notificação extrajudicial afirmando que o Secretário afrontou o princípio da moralidade. O órgão pede a remoção das postagens feitas por Derrite em suas redes sociais.
Derrite valeu-se de sua posição para dar publicidade à operação e à associação feita pelos traficantes de que haveria endosso de Lula ao consumo e tráfico do entorpecente apreendido, “ampliando substancialmente os prejuízos decorrentes do ilícito à imagem originalmente praticado por terceiros, e, assim, concorrendo para o seu agravamento“, diz a AGU.
“Parece ter sido claro o intuito dos traficantes que transportavam a droga apreendida de associar o presidente da República, legítimo mandatário da Presidência da República, órgão da União, a uma espécie de endosso ao consumo do entorpecente traficado – a utilização de imagens do mandatário em poses casuais e sorrindo permitem razoavelmente tal inferência“, avalia o órgão.
“Por evidente, tal utilização é ilícita, e ofende a honra objetiva do cargo ocupado“, diz o texto, conforme transcrito na ‘Folha de S. Paulo‘, que prossegue:
“Observada a posição de Secretário de Segurança Pública, a postura de exploração da publicidade de operações policiais com a exposição ostensiva de imagens que deslegitimam o representante do Poder Executivo Federal, ligando a sua imagem ao tráfico de drogas, vai de encontro ao princípio” da moralidade.