Se Brasil quer Lula na campanha mesmo preso, imagine quando Lula estiver livre – vitória é certa em 2022



O fato de Lula ter ficado em segundo lugar nas simulações de segundo turno da pesquisa VEJA/FSB mostra que, a depender dos eleitores, ele deve ter lugar assegurado na campanha. Teve 38% de intenções de voto num segundo turno com Bolsonaro. E 37% quando numa simulação na segunda fase com Moro.

São números incompatíveis com sua condição de prisioneiro, um cidadão condenado pelo Estado, que não tem direito a andar na rua, nem morar na própria casa, nem ir ao botequim com os amigos… quanto mais disputar a presidência da República.

O levantamento foi feito quando Lula completava 18 meses de prisão em Curitiba. Excluído da vida pública, só muito recentemente recuperou o direito de dar entrevistas — apenas uma parcela das garantias e direitos assegurados a um cidadão livre.

Diante das circunstâncias, o segundo lugar deve ser visto como um desempenho respeitável, de um lider com formidável poder de resistência na memoria da população — até porque não se imagina que a vida atrás das grades seja capaz de embelezar a imagem pública de uma pessoa.  

Uma eventual candidatura Lula em 2022, no entanto,  apoia-se em duas hipóteses combinadas. O STF terá de aceitar a denúncia de parcialidade contra Sérgio Moro e anular as sentenças condenatórias — não só a decisão sobre o triplex, mas também sobre o sítio, já em fase final.

Dessa forma, Lula não só deixa a prisão mas também evita a Ficha Limpa e consegue candidatar-se, colhendo benefícios de uma nova condição, especialmente favorável.

Ficaria na merecida  na posição do sujeito que, após anos de perseguição, consegue dar uma virada na própria situação judicial para fazer  campanha com a bandeira imbatível — e merecida — do injustiçado. Difícil imaginar caminho melhor para a disputa de um terceiro mandato.

Lula não só teria os votos de eleitores que se afastaram  em função de denúncias reconhecidamente injustas, mas também somaria a adesão dos desiludidos do bolsonarismo. 

Essa possibilidade parecia 100% impossível poucas semanas atrás, quando a preservação da Lava Jato era um ponto de honra do próprio judiciário, inclusive no STF.

Segue dificílima. Já é possível, contudo, enxergar uma brecha estreita mas real no bloco de apoio que sustentou Sérgio Moro até aqui. Teremos uma boa amostra a partir de quarta-feira, quando o Supremo retoma os debates sobre o trânsito em julgado, de interesse universal, mas que terá um impacto óbvio sobre a situação de Lula.

Como já ocorreu no passado, as decisões da Justiça envolvendo o futuro de Lula serão, acima de tudo, deliberações políticas. A pergunta é saber se o STF estará a altura de suas obrigações constitucionais, ou se irá participar de uma segunda — e ainda mais monstruosa — injustiça contra Lula e contra os direitos do povo brasileiro.

Esta é a dúvida. 

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