O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES | Imagem de Mauro Pimentel / AFP
Assembleia-Geral da ONU aprova resolução com recomendação do governo Lula pela “cessação de hostilidades” entre os dois países
A Assembleia-Geral da ONU (Organização para as Nações Unidas) aprovou, nesta quinta-feira (23/2), uma resolução que pede a retirada das tropas da Rússia na Ucrânia, por 141 votos a favor, 7 contrários e 33 abstenções, com um texto que traz recomendação do Brasil pela “cessação de hostilidades” entre os dois países.
O texto brasileiro sugere que membros “reiteram suas demandas para que a Rússia imediatamente, completamente e incondicionalmente retire todas as suas forças militares do território ucraniano dentro das fronteiras reconhecidas internacionalmente e apela a uma cessação de hostilidades”.
A adesão da Ucrânia ao termo ocorreu na última terça-feira (21/2) e foi confirmada por fontes do Itamaraty, hoje, antes do resultado. A aprovação do documento ocorre um dia antes da guerra completar um ano.
Para o Brasil, o contexto importa já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu sinal verde do Kremlin para seguir com a intenção de liderar esforços para acabar com a guerra.
O governo da Rússia avalia as propostas de Lula para mediar a paz na Ucrânia e cessar o conflito, que completa um ano na sexta-feira (24/2). A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Federação, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa Tass, divulgada nesta quinta-feira (23/2).
Moscou “tomou nota” das várias declarações que Lula tem feito sobre a questão, se opondo enfaticamente ao envio de armas, munições ou outras tecnologias bélicas ao governo de Volodymyr Zelensky.
E agora, Putin?
O presidente da Federação Russa, Vladimir Vladimirovitch Putin, até hoje descreve a maior invasão europeia desde o fim da Segunda Guerra Mundial como uma “operação militar especial” para “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia, e não ocupá-la pela força.
Putin prometeu proteger a população de oito anos de intimidação e genocídio ucranianos e falou em impedir o avanço da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) por meio da Ucrânia, e depois acrescentou o objetivo de garantir o status neutro do país de Zelensky.
A agência de notícias estatal russa Ria Novosti explicou que “a desnazificação é também inevitavelmente a desucranização“. Durante anos, o presidente russo negou à Ucrânia sua soberania, escrevendo em um longo artigo de 2021 que “russos e ucranianos eram um só povo“, o que remontaria ao fim do século 9.
Especialistas acreditam que Putin vai tentar ampliar o controle das quatro regiões que declarou fazerem parte da Rússia, não apenas em Donbas, mas em direção à cidade-chave de Zaporizhzhia.
Se for necessário, o presidente russo pode estender a mobilização militar e prolongar a guerra. A Rússia é uma potência nuclear, e ele indicou que estaria disposto, se necessário, a usar armas nucleares para proteger a Rússia e manter as terras ucranianas ocupadas.
“Certamente faremos uso de todos os sistemas de armas disponíveis. Não é um blefe“, alertou.
* Com informações da CNN, g1 e O Globo.
