Rosane ex-Collor, com seu livro delator, fala sobre bruxaria e corrupção na casa da Dinda

Apesar do desequilíbrio emocional e espiritual visível ao longo dos anos em que se mantém separada do ex-presidente Fernando Collor de Melo, Rosana Malta, que chegou a dizer que é um dossiê vivo da era do impeachment, acaba de lançar um livro onde diz que conta toda a verdade (a dela) sobre seu ex-marido.

Tudo Que VI e Vivi – o Testemunho Corajoso da Primeira-Dama Mais Jovem Que o Brasil Já Teve” é o título do livro da ex-Rosane Collor, publicado pela editora Leya. Mais parece uma delação.

A mulher bomba Rosana Malta, assim renomeada após a separação, publica as “coisas” do presidente impeachado, como esquemas de corrupção e até seus rituais macabros.

No livro, Rosane descreve o “trabalho” encomendado por Collor a uma mãe de santo alagoana para que o apresentador Silvio Santos não fosse seu concorrente à Presidência. “Consistia em colocar uma espécie de amuleto, que chamam de azougue, dentro da boca de sete defuntos recém-enterrados.”

As informações são de Mônica Bergamo que, na Folha de São Paulo, acrescenta que animais eram sacrificados na Casa da Dinda. “Quando tudo acabava, ficava uma sujeira danada, sangue espalhado.

“O mais interessante é que, tanto eu como a mãe de santo [Cecília], aceitamos Jesus e nos afastamos completamente da magia negra… Fomos as únicas que escapamos da tal ‘maldição do impeachment’.”

Os jardins da residência presidencial foram motivo de escândalo na CPI do PC, escreve Rosane. A Folha diz que, tragado por denúncias de corrupção, Collor perde o mandato e Rosane se mostra uma companheira fiel no impeachment e diante das “maldições” dele decorrentes. Uma delas foi a morte de Pedro Collor, vítima de um câncer agressivo no cérebro.

O livro mostra os mais de US$ 50 milhões das sobras de campanha movimentadas por PC Farias. Rosane dedica ao tema o capítulo “Para Onde Foi Tanto Dinheiro?“. Reproduz um diálogo dela com Collor, no qual ele reclama de Augusto Farias, irmão de PC, que estaria criando dificuldades para acessar a bolada. E conclui: “Desde que reatou com Augusto, o patrimônio de Fernando aumentou muito, e a única explicação plausível é que ele passou a ter acesso à tal conta no exterior que o irmão de PC estava barrando“.

Rosane fala de “sinais exteriores de riqueza” do ex-marido, como automóveis esportivos das marcas Ferrari e Maserati. “Só os lucros de suas empresas e o salário de senador não seriam capazes de alavancar o seu padrão de vida.” Em Maceió, diz ela, o ex teria oito ou nove carros. “Entre os quais um Porsche zerinho. Tem carro para ele, os filhos, o papagaio, o periquito

No divórcio, ela não teve direito a bens, por ter se casado em regime de separação total. “É justo viver 22 anos com uma pessoa, construir patrimônio e sair sem nada?“, diz Rosane Malta.

No fim de toda essa novela pastelão que o Brasil já esqueceu, Rosana Malta diz ter se convertido à uma religião protestante, com ações muito diferentes das praticadas por seu doutrinamento espiritualista anterior e volta a expor uma ferida que é somente sua.

A ex de Collor pode não escapar de responder na Justiça por trechos polêmicos da biografia. Sobre isso, Rosane diz: “Não tenho medo de processo. Falei o que eu vi e vivi. Posso garantir que fui branda. Tem muitas coisas que ainda não contei.” E avisa: “Pretendo escrever um segundo livro“. 

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