Monopólio dos EUA na Internet pode ser vetado, após espionagem abusiva

250px-Monopoly_pack_logoO escândalo em torno das atividades da NSA está crescendo aos trancos e barrancos. Revelações recentes sugerem que as autoridades americanas forneceram os números telefônicos de seus colegas estrangeiros à agência espiã. Muitos países já protestaram, mas por que a Rússia está em silêncio? 

Segundo a última promulgação de um documento interno da NSA datado de 27 de outubro de 2006 em uma publicação no jornal inglês The Guardian, a agência convocou altos funcionários da Casa Branca e do Pentágono para compartilhar os registros de seus notebooks com eles. Só uma destas pessoas deu à NSA mais de 200 números de telefone, 35 dos quais eram de líderes mundiais. Logo os EUA que recentemente acusaram a China de violar a privacidade na internet, agora dizem que tudo é feito em nome da luta contra o terrorismo.

Enquanto isso, a Rússia está revendo seus métodos de coleta de informações de modo a atingir um equilíbrio entre as preocupações com a segurança de seus  cidadãos e aliados e a preocupação geral com relação à proteção da privacidade. Eles bem sabem que os Estados Unidos sempre se distinguiram pelo fato de serem guiados por interesses excepcionalmente patrióticos, o que os fazem violar, de vez em quando, as normas internas. Imagine como fica então o direito internacional, para não mencionar a ética.

Devido a recursos técnicos de hoje, os serviços de inteligência dos EUA podem abrir qualquer conta bancária, correspondência privada, escutar e facilmente espionar redes sociais. Eles recebem benefícios políticos e econômicos consideráveis, não só do Estado mas também de clientes particulares que fazem encomendas comerciais de espionagem industrial. O orçamento da NSA é de cerca de 75 bilhões dólares por ano. O órgão ainda emprega cerca de 110.000 pessoas e tem a co-operação de uma gama de subcontratados.

Que conclusões podem ser tiradas a partir das revelações do ex-funcionário da NSA Edward Snowden?
Os abusos por parte dos Estados Unidos questionaram a natureza civilizada da sociedade americana. Eles falam demais e são muito abusados com relação ao resto do mundo. Os EUA minaram a confiança de seus parceiros. A UE anunciou que poderia congelar o acordo com os Estados Unidos para o financiamanto do rastreamento do terrorismo. Os deputados estavam exigindo a suspensão do acordo com a América sobre a troca de dados dos passageiros para congelar as negociações sobre um acordo de livre comércio bilateral.
  1. Mesmo assim as relações aliadas não se quebraram com este escândalo. Apenas ocorrerá a formação de novas regras de direito internacional no campo da dinâmica de ciência da computação. Americanos ainda se opõem ao desenvolvimento de documentos que possam levá-los ao fim de sua hegemonia na Internet. Mas agora dever-se-á atribuir concessões.

Muitos estados tomarão medidas técnicas para combater a espionagem. Já se fala bastante nisso no Brasil, país que tem 80% da pesquisa online e tráfego word wide web sob o controle dos americanos. Eles colocarão seu próprio cabo de fibra óptica direto para a Europa através do oceano, e a comunicação através dos seus próprios satélites. Eles também estão construindo os seus próprios sistemas de software, endereço de e-mail  e provavelmente gostariam de se recusar a usar as redes sociais americanas, que são vistas em conjunto com a NSA (Facebook, Google).

Sim, o suporte técnico da rede ainda está nas mãos dos americanos. Essa hegemonia dos EUA na Internet só é possível graças ao acordo realizado na União Internacional de Telecomunicações (UIT), que forneceu tal autoridade com sede na Califórnia. Foi realizado um contrato dando esse direito de controlar os serviços de internet ao governo dos EUA.

Mas isso pode mudar, caso haja uma privação deste monopólio dos EUA sobre governança da Internet se houver o apoio de mais da metade dos membros da UIT (192 países). Por enquanto os norte-americanos resistiram com sucesso a essas tentativas. Mas agora o mundo percebeu que eles foram além da conta.

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