Nenhuma empresa representa tanto a ascensão do Brasil quanto a Petrobras que, graças a uma das maiores descobertas de petróleo do século, subiu para os altos escalões de produtores globais de energia beirando a independência e a superação como a mais valiosa empresa de capital aberto do mundo. Mas esta linda imagem que foi cuidadosamente pintada pelos políticos brasileiros atualmente tem se desbotado aos olhos do mundo inteiro que, agora, observa à nós e à nossa economia lenta em uma desordem incompreensível que se deteriora dia após dia. Tão rapidamente que as nações mais ricas do planeta começam um processo de reavaliação das perspectivas de crescimento dos mercados emergentes ao redor do mundo, a tomar como exemplo a estagnação da produção de petróleo da Petrobras e o aumento de nossa dependência da importação do mesmo produto, além das investigações de corrupção e reclamações de incompetência gerencial que fez sua dívida explodir classificando-a como a empresa mais endividada do mundo. Para que possamos entender o escândalo em vigor basta fixarmos nossa atenção para a refinaria de petróleo Lima, atualmente em construção no estado brasileiro de Pernambuco, que teve seu custo inicial estimado em U$ 2,5 bi e agora saltou para U$ 18,5 bi, o que revelou um potencial enorme para uma grande possibilidade de corrupção e que serve como um retrato perfeito para a situação do declínio vergonhoso que presenciamos, sem falar de Pasadena. Mas, apesar de tudo a Petrobras continua a ser uma grande potência energética pioneira na exploração em águas profundas com suas reservas de petróleo e gás estimadas em cerca de 13 bilhões de barris. A dívida revelada, segundo um comunicado oficial, subiu devido aos pesados investimentos na expansão da capacidade de refino, mas a partir de 2015 a geração de receita vai superar o investimento. E, mesmo que analistas internacionais digam que a fase dourada após o boom dos mercados emergentes, como Brasil, China , Rússia e Turquia, esteja chegando ao fim situando nosso país com um nada estimulante crescimento abaixo dos 2% em 2014, a Petrobras continua sendo a mais poderosa empresa do Brasil que, em meio aos infindáveis enredos escandalosos, se esforça em elevar sua produção de petróleo e gás que caiu 2,2% em 2013. Há sinais de que este ano a Petrobras finalmente terá sucesso em reverter a produção, que subiu 0,3% em fevereiro em relação ao mês anterior. Mesmo com as perdas de US$8bi em 2013 advindas do esforço de Dilma Rousseff para conter a inflação evitando a elevação do preço dos combustíveis em um ano eleitoral a Petrobras continua longe de se aproximar dos níveis de tensão política e relações opacas que caracterizam a Venezuela.
Síntese da reportagem fonte em The New York Times
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