Mais do que não saber o valor da democracia, a nossa elite, nossa classe média e uma parcela dos mais pobres, não sabe o que é a democracia. Muito além do voto e da participação atualmente sazonalizada, a compreensão de que esse “tal voto” seja uma arma popular, está muito distante da realidade. Dessa forma, a compreensão do que é democracia fica ainda mais prejudicada, quando a população não faz a mínima ideia do que significa cidadania.
Cidadania, muito distinto do que se diz na mídia, ou se põe em edifícios da cidadania, como o estádio da cidadania, ou a escola da cidadania e qualquer imbecilidade seletiva, se define pela participação popular direta na vida política. Portanto, cidadania não se ensina, nem muito menos, se aprende.
Ou seja, cidadania se exerce. Aula de cidadania, muitas vezes proposta por “medalhões” (veja o conto Teoria do Medalhão, de Machado de Assis) da sociedade, se configura numa burrice sem tamanho, já que não se ensina a ser o que a pessoa exerce. O sujeito é cidadão ou não é. Se participa da vida política, é cidadão, se não participa, não é. É pela definição correta que se descobre que no Brasil, quase ninguém é, de fato, cidadão, muito diferente de Cuba, por exemplo.
Com uma classe média que não faz a mínima ideia que não é cidadã e de mais pobre que tem esse direito veementemente negado, a democracia se torna uma ideia vaga, ao qual se pode demandar por não fazer diferença. De fato, ao mais pobre, a ditadura militar nunca acabou. Para a classe média, que pensa ser parte da elite financeira do país, que realmente exerce a cidadania, a ilusão de serem ricos, numa sociedade miserável, prolifera a ideia de que são exploradores, quando não passam de assalariados que ganham não muito mais que os mais pobres.
É essa ilusão, que faz com que se achem no direito de demandar da democracia. Como a cidadania é o regime da participação popular pelo exercício da cidadania, se a cidadania é negada à imensa massa de miseráveis e a classe média se acha parte da elite que tem acesso à real cidadania, mas não chega a exercê-la, qual seria o nome desse regime?
Certo que há muito a mudar nesse parco regime de direitos precários e que ainda é a democracia mais imperfeita possível, ela é, porém, a única que resta. Como a sociedade institucionalizada não compreende nem o que é cidadania, nem democracia, jamais compreenderia o valor da legalidade para sua própria existência.
É daí que se pode afirmar que a crise institucional atual é, acima de tudo, uma crise de ignorância profunda e quanto mais ignorante, mais ignorável e mais violenta se torna esse mesmo meio social. É desnecessário afirmar que o não conhecimento gera mais medo do novo, que gera mais raiva, que gera mais ódio, que gera o Brasil atual.
Em outras palavras, nos chafurdamos numa profunda e grande crise de burrice elitizada e de escravizados mentais da classe média.
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Urbs Magna via A Postagem
O povo brasileiro ainda vive a escravidão, e acha que sair dela é também tornar se um senhor de engenho, e a elite se aproveita disto para disseminar o ódio contra quem quer dar lhe uma condição mais digna. Vivemos ainda no século XIX .
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