Reinaldo Azevedo diz que “ainda que Moro se chamasse Raimundo, não haveria solução para o seu caso” em matéria que argumenta que o “medo do Coaf fez o ex-juiz ceder e pedir 2 dias para dizer quanto ganhou da Alvarez &Marsal“
Para Reinaldo Azevedo, Sergio Moro “não se mostra especialmente culto, inteligente ou … bem-humorado. … é chato e sem imaginação. … Suas considerações sobre o direito … expressam as ambições autoritárias de um tabaréu de província com vocação para o mando“, escreve o jornalista em sua coluna no UOL, onde o colunista intitulou matéria mostrando que o “medo do Coaf” fez o ex-juiz “ceder e pedir 2 dias para dizer quanto ganhou da Alvarez &Marsal“.
O colunista justifica mais uma publicação onde tem que “falar a respeito do cara, sim“, porque “com ele, vêm as circunstâncias: … vira ministro daquele cuja eleição viabilizou ao condenar, sem provas, seu adversário. Em seguida, essa figura salta do governo para o grupo empresarial que faz a recuperação judicial de empresas que ele próprio quebrou como juiz“.
“Ainda que Moro se chamasse Raimundo, não haveria solução para o seu caso“, diz o jornalista prevendo que o ex-juiz declarado suspeito pelo STF irá se complicar com a história da Alvarez & Marsal.
“A situação começou a ficar insustentável. O Ministério Público que atua junto ao TCU sugeriu que o tribunal apelasse ao Coaf e ao Banco Central para ter os dados que Moro e a A&M sonegavam. O candidato, então, preferiu falar…“, escreve Reinaldo. “… anunciou que conta tudo, mas só na sexta. E pede que procurem em suas redes o horário e tal.
“Não me surpreende que, sem saída, veja-se obrigado a falar alguma coisa. Eu só não sabia que a verdade tem, vamos dizer, hora marcada. Pelo visto, sim! Longe de mim desconfiar de que precise de um tempo até encontrar uma versão conveniente“, sugere o jornalista.
“O doutor é mestre na dissimulação“, conclui, “como já ficou evidente no caso da Vaza Jato“, lembra. “Ele não dizia que aqueles diálogos eram falsos. Apenas se negava a admitir que eram verdadeiros“, diz o jornalista explicando sua ‘tese’.
Reinaldo Azevedo avalia as atitudes do ex-juiz suspeito revelando que agora o acha ainda mais suspeito que antes: “Moro gravou um vídeo em que a anuncia a verdade com dia marcado. Defende-se de uma acusação que não foi feita“, diz antes de transcrever uma fala do ex-juiz, conforme a seguir:
“Vou mostrar que não recebi nada de empresa investigada na Lava Jato; quem fala isso mente”.
Sergio Moro
“ACONTECE QUE NINGUÉM FALA ISSO!“, destaca o jornalista com indignação.
“Quem fez essa acusação?, questiona Reinaldo Azevedo tentando provar a manipulação da opinião por Moro.
“O tal vídeo começa com uma fake news, que virou um instrumento para o pré-candidato atacar Lula, seu oponente“, acrescenta sobre trecho em que o ex-juiz afirma que “o PT e o Centrão queriam me investigar por uma CPI. Já desistiram porque sabem que não iam encontrar nada de errado e iam quebrar a cara”.
Veja abaixo e leia mais a seguir:
“Essa primeira frase é de trincar as catedrais. Além de essencialmente mentirosa“, escreve Azevedo, mais uma vez transcrevendo o que Moro disse: “Queriam me investigar por uma CPI“.
Reinaldo Azevedo explica a astúcia do ex-juiz: “Que língua ele fala? Mas dá para entender o que quis dizer. Os “spin doctors” de Moro — gente especializada em torcer a verdade para tentar transformar em boa uma má notícia — conseguiram emplacar nas redes a mentira de que Lula ordenou que os petistas desistissem da CPI. E aí o ex-juiz escreveu que o petista “arregou”.
Isso é “papo furado” de Sergio Moro, diz Reinaldo explicando que “se PT e Centrão quisessem, haveria número para instalar não uma, mas duas CPIs“.
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