Do contrário, BOLSONARO poderá ir tão longe que o povo brasileiro terá mais um episódio para se arrepender depois do FORA DILMA.
Quem diria, Jair Bolsonaro caminha para se tornar o candidato que, ainda que imperfeito (aliás, o que há de perfeito?), poderá ser lapidado pelos opositores do petismo; fortalecido pelos golpistas para assumir um Brasil inacreditável – de riquezas entregues a direitos roubados – onde vale qualquer coisa em defesa da seleta classe detentora do poder e do dinheiro.
Este defensor de torturadores que nega a ditadura de 64, que diz que direitos humanos é esterco da vagabundagem, que prefere seu filho morto a ser homossexual, que trata uma mulher como carne para sexo descartável (estuprável), que vai fuzilar bandidos, artistas e inimigos políticos, enfim, esta aberração que não conhece nada sobre economia e sequer sobre administração pública é o único “candidato” que pode estar na rota de colisão com Lula.
E mesmo com todos os registros de suas atitudes que o desqualificam como figura pública, Jair Messias Bolsonaro bem pode conseguir abrir as portas da respeitabilidade, se passar a adotar uma postura mais diplomática. O militar já pode estar sendo moldado por classes interessadas em sua candidatura à presidência. Uma evidência de que começou a se corrigir ficou visível ao escrever sua versão própria, assim como o fez LULA, da “Carta ao povo brasileiro”.
Não podemos cair em mais esta cilada política eleitoreira: a construção, via marketing, de uma imagem irreal que difere da verdadeira – a que já conhecemos e condenamos veementemente. Logo assistiremos, via Jornal Nacional, a um capitão comportado, com gesticulação suave e meticulosa, ladeado por crianças, idosos, trabalhadores cansados, ou mesmo em diálogos forjados com empresários de setores estratégicos, com William Bonner prometendo aos telespectadores que este é o homem que vai livrar o Brasil da ‘peste‘ na política tupiniquim.
Quanto a Lula, há muito a ser repetido sobre sua solidez como candidato. Deixou o governo com aprovação popular de 85%. O ex-presidente não insultou homossexuais, não lamentou que a ditadura não tivesse acabado com FHC, não ridicularizou os direitos humanos. Durante seu governo, a população conseguiu aumentar seu nível de renda e o patrimônio dos mais ricos não deixou de crescer. Lula não é um extremista. Acusam-no de bolivariano mas jamais houve adversário político preso durante os governos do PT, tampouco perseguições políticas e muito menos ‘lawfare’. Um veículo de comunicação fechado? Nunca. Uma empresa expropriada? Nunca. Porque bolivarianos não aceitam regras e entregam o poder pacificamente.
Já Bolsonaro não é “normal”, por mais que, possivelmente, queiram nos fazer acreditar no contrário. Mas Lula é um veterano experiente que provou que a democracia está acima de tudo. Acima até mesmo do mercado tendencioso. Acima de toda e qualquer argumentação imposta (duvidosamente) pelo governo Temer dizendo que alguém tem que pagar o preço para uma economia sólida.