Não existem vacinas para prevenir ou curar a infecção, que apresenta uma taxa de mortalidade entre cerca de 70%
NOVA DELHI – O estado de Kerala, no sul da Índia, fechou algumas escolas e escritórios esta semana, enquanto as autoridades corriam para impedir a propagação do vírus mortal Nipah, depois que ele matou duas pessoas no quarto surto desde 2018 .
Aqui está o que sabemos sobre o vírus:
DE ONDE VEIO O VÍRUS
O vírus Nipah foi identificado pela primeira vez em 1998, durante um surto da doença entre criadores de suínos na Malásia e em Singapura.
É capaz de infectar humanos diretamente através do contato com fluidos corporais de morcegos e porcos infectados, com alguns casos documentados de transmissão entre humanos.
Os cientistas suspeitam que o Nipah existe entre as raposas voadoras há milénios e temem que uma estirpe mutante e altamente transmissível surja dos morcegos.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS E COMO É TRATADO
Não existem vacinas para prevenir ou curar a infecção, que apresenta uma taxa de mortalidade entre cerca de 70%.
O tratamento habitual é fornecer cuidados de suporte.
As pessoas infectadas desenvolvem inicialmente sintomas que incluem febre, dificuldade respiratória, dores de cabeça e vômitos, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Encefalite e convulsões também podem ocorrer em casos graves, levando ao coma.
O vírus está na lista de pesquisa e desenvolvimento de patógenos com potencial epidêmico da OMS.
ONDE FORAM OS SURTOS ANTERIORES
O surto de 1998 na Malásia e Singapura matou mais de 100 pessoas e infectou quase 300.
Desde então, espalhou-se por milhares de quilómetros, matando entre 72% e 86% das pessoas infectadas.
Mais de 600 casos de infecções humanas pelo vírus Nipah foram relatados entre 1998 e 2015, mostram dados da OMS.
Um surto de 2001 na Índia e outros dois em Bangladesh mataram 62 das 91 pessoas infectadas.
Em 2018, um surto em Kerala ceifou 21 vidas, com outros surtos em 2019 e 2021.
Partes de Kerala estão entre as que correm maior risco global de surtos de vírus de morcegos, mostrou uma investigação da Reuters em maio.