Mourão torrou R$ 3,8 milhões no cartão corporativo, no Brasil e em outros 14 países

A maior parte das despesas ocorreram nos últimos 2 anos e chama atenção os gastos em um mercadinho de um bolsonarista, na Asa Norte, em Brasília

Ao todo, o general Hamilton Mourão (Republicanos) despendeu R$ 3,8 milhões no cartão corporativo, a maior parte nos últimos dois anos em que esteve no cargo de vice-presidente da República: em 2021, foram usados R$ 1,1 milhão; em 2022, R$ 1,6 milhão. O militar usou o cartão no Egito (R$ 187 mil), China (R$ 132 mil), Itália (R$ 55 mil), Estados Unidos (R$ 55 mil), Espanha (R$ 47 mil) e Portugal (R$ 28 mil). O atual senador ainda gastou em outros oito países, que totalizaram R$ 156 mil.

Chama a atenção, segundo o portal Metrópoles, os gastos no estabelecimento La Palma, um mercadinho na Asa norte, bairro central em Brasília, onde consta nos gastos da Presidência da República, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde o dono é seu apoiador e se envolveu em polêmica em outubro do ano passado, quando uma cliente o acusou de xenofobia.

Mourão gastou, durante os quatro anos no Palácio do Jaburu, principalmente em alimentação e hospedagens.

As informações dos gastos ficaram públicas após pedido da Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso à informações públicas — a mesma que liberou os gastos da presidência no governo de Bolsonaro. A Fiquem Sabendo disponibilizou a íntegra dos dados, basta acessar este link para conferir a planilha.

Para verificar as notas fiscais, a Vice-Presidência impôs obstáculos, é preciso marcar uma hora por e-mail e pagar por cópia de cinco processos por vez, não é permitido tirar fotos. É possível checar no Portal da Transparência do governo federal gastos entre 2013 e 2019, no entanto, não estão públicas as empresas que receberam o recurso. As informações estão na página “Dados Abertos” e só podem ser baixadas mês a mês.