O ex-juiz Sergio Moro, durante lançamento de seu livro, em São Paulo, em foto de Mathilde Missioneiro para o Folhapress
PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO
O ex-juiz disse “pensei em comentar…” e perfil respondeu “não pense, quando você faz isso normalmente é para montar esquema“
Sergio Moro compartilhou no Twitter uma matéria publicada no jornal Estadão (O Estado de São Paulo) com um título tendencioso contra o Partido dos Trabalhadores: “Com Centrão, PT ajuda a afrouxar legislação de combate à corrupção – Partido atua para mudar normas criadas em governos petistas; alvo da Lava Jato, sigla nega ‘mudança de pensamento’“. O ex-juiz disse que pensou em comentar e um perfil na plataforma respondeu sugerindo “não pense, quando você faz isso normalmente é para montar esquema“.
“Pensei em comentar, mas o título é auto-explicativo. Do meu lado, apresentaremos propostas e projetos para aumentar a transparência e o controle na utilização de verbas públicas e para reduzir e eliminar a impunidade“, afirmou Moro, sem contudo mencionar que o conteúdo da matéria aponta que foram os próprios petistas que deram condições para a existência da Lava Jato, quando Dilma lançou um pacote de leis sobre combate à corrupção.
“Não pense”, sugeriu um perfil do Twitter em resposta a Sergio Moro. “Quando você faz isso, normalmente é para montar esquema com Deltan, grampear advogado e liberar mulher do Cunha que gastou milhões em bolsas, com dinheiro patente fruto de corrupção”, prosseguiu. “Continue assim, sem pensar muito. Aproveite e vá estudar sobre lawfare“.
Outro seguidor do ex-juiz afirmou que, “só para ficar claro, a Lava-Jato só existiu porque o governo do PT deu autonomia e ferramentas para investigações. Depois um Juiz PARCIAL e um MP sem provas, usaram as ferramentas POLITICAMENTE para perseguir o PT e outros adversários”.
Veja abaixo e leia mais a seguir:
O jornal afirma na publicação que foi a própria ex-presidente Dilma Rousseff que lançou, em 2013, um pacote de leis sobre combate à corrupção, que depois foram fundamentais para permitir as investigações da Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014.
Mas a matéria diz, tendenciosamente, que após as apurações alcançarem nomes do partido, a sigla se voltou contra a chamada “agenda anticorrupção” e passou a trabalhar para desmantelá-la no Congresso, muitas vezes em conjunto com partidos do Centrão, sem mencionar a perseguição que o PT passou a sofrer a partir da trama para o Golpe de 2016.
O Estadão ainda transcreve o pensamento do secretário-geral do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP) ao dizer “não houve mudança” de pensamento do partido sobre as legislações aprovadas, mas sim a intenção de “fazer o correto combate à corrupção”.
“A Lei de Improbidade combateu um monte de gente inocente. O correto combate à corrupção não pode destruir empresas, mas tem que tirar os corruptos das empresas”, afirmou o parlamentar.
Teixeira declarou ainda considerar que o PT se deixou levar pela pressão que existia a favor do combate à corrupção após os protestos de junho de 2013, e acabou patrocinando leis “autoritárias”, como a Lei das Organizações Criminosas.
“Nós erigimos uma legislação autoritária. Na ânsia de responder ao combate à corrupção, acabamos aceitando no Brasil legislações sugeridas pelos Estados Unidos e que eram altamente autoritárias, e que nem eles aplicavam lá”, disse o secretário-geral do partido.
Teixeira propôs, ao lado do colega Wadih Damous (PT-RJ), uma série de mudanças na Lei das Organizações Criminosas, criando regras rígidas para os acordos de delação premiada e a exclusão da possibilidade de prisão preventiva para garantia da ordem pública e econômica – justificativa que motivou inúmeras ordens de custódia na Lava Jato, diz o Estadão.
A matéria menciona também que em 2016 o então procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima admitiu que foram os governos petistas permitiram o fortalecimento da Polícia Federal e do Ministério Público.
Mas o jornal segue em sua pretensão quando diz que o avanço das investigações da Lava Jato foi o estopim para que o PT se voltasse contra legislações criadas durante os 14 anos das gestões Lula e Dilma e completa afirmando que o partido que garantiu a independência da PF e do MP passou a questionar a atuação dos órgãos no Congresso, mas a publicação ignora o lawfare criado, com apoio da mídia e do próprio Estadão, contra a legenda de LULA, que apontava como favorito para a eleição de 2018, após Dilma sofrer um impeachment que foi todo preparado pelas camadas golpistas de nossa sociedade.