Moro e Bolsonaro estão proibidos de comentar as investigações do Coaf, mas silêncio de Flávio revolta militares

Após o Jornal Nacional revelar que um novo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) trazem movimentações financeiras atípicas do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o Palácio do Planalto não só tenta blindar o presidente Jair Bolsonaro (20/1) para que as denúncias não o atinga como também o proibiu de comentar o assunto. A comunicação da Presidência da República acredita que qualquer fala do chefe do Executivo brasileiro pode fortalecer as suspeitas que recaem sobre seu filho mais velho, ao invés de diminuí-las.

A “ordem de silêncio” foi estendida ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. No entanto, a falta de explicação convincente de Flávio Bolsonaro sobre as movimentações financeiras e sua relação com o ex-assessor Fabrício Queiroz vem irritando não só a Moro, como também, o núcleo militar mais próximo ao presidente. Para eles, cabe ao senador eleito apresentar provas de defesa e descomplicar os primeiros dias de governo de seu pai.

No Planalto, existe a preocupação de que o desgaste sofrido por Flávio desde a descoberta de movimentações atípicas pelo Coaf nas contas de seu ex-assessor contamine as ações do presidente da República. Desde as primeiras identificações de transações suspeitas nas contas de Queiroz, ainda em dezembro de 2018, a oposição ganhou força para rebater a principal bandeira que levou o grupo Bolsonaro ao poder: acabar com a corrupção.

Entenda
Na sexta-feira (18/1), o Jornal Nacional mostrou que um novo relatório foi pedido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ao Coaf, a partir da investigação de movimentação financeira atípica de assessores parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)

O objetivo era constatar se servidores repassavam parte de seus vencimentos aos chefes. O documento relatou quase 50 depósitos em dinheiro numa conta de Flávio Bolsonaro. O relatório aponta ainda que o filho do presidente da República fez um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal. Contudo, o órgão não conseguiu identificar o favorecido. Também não há data e nenhum outro detalhe do pagamento.

O MPRJ pediu o novo relatório ao Coaf em 14 de dezembro e foi atendido no dia 17, um dia antes de Flávio Bolsonaro ser diplomado senador. Portanto, segundo o Ministério Público, ele não tinha foro privilegiado na ocasião. Por causa do primeiro levantamento produzido pelo Coaf, o parlamentar questionou a competência do MP.

Flávio Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão temporária da investigação e a anulação das provas. Ele foi citado no procedimento aberto pelo Ministério Público do Rio contra Fabrício Queiroz. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro é investigado por movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano.

Na última quarta-feira (16), durante o recesso da Corte, o ministro de plantão, Luiz Fux, recebeu a reclamação de Flávio Bolsonaro e decidiu suspender as investigações temporariamente até uma decisão de Marco Aurélio Mello, relator do caso. Segundo Fux, provas poderiam ser anuladas se não tivesse determinado a suspensão.

Uma semana fora do foco
Às 22h deste domingo, Bolsonaro deixa o Brasil com destino a Davos, Suíça, sede do Fórum Econômico Mundial. Quando o presidente da República deixar o espaço aéreo brasileiro, o vice Hamilton Mourão (PRB) assume o posto oficialmente. Antes, os dois se encontrarão para um cerimônia de transmissão de cargo.

O fórum começa na terça-feira (22) e vai até sexta (25). O evento será o palco da estreia internacional de Jair Bolsonaro. Temas como a abertura ao comércio internacional, o combate à corrupção e a disposição de fazer as reformas estruturantes devem estar na pauta do discurso do presidente brasileiro, que pretende deixar de lado as investigações envolvendo seu primogênito.

Os ministros Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) acompanham Bolsonaro no fórum. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), segundo filho do presidente da República, também integra a comitiva, bem como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Et Urbs Magna via Metrópoles

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