“Moro consegue ser mais abjeto que Bolsonaro e se torna figura das mais detestáveis da política brasileira”

Na opinião do jornalista Reinaldo Azevedo, Moro pregou “golpe de Estado já” ao defender o general Heleno na CPMI, a quem atribuiu, e aos militares, “poder moderador

Moro vai se transformando, com impressionante velocidade, numa das figuras mais detestáveis da política brasileira“, escreveu o jornalista Reinaldo Azevedo, no ‘UOL‘. “Avalio que Moro (…) consegue ser pior [do que Bolsonaro], mais abjeto, mais desprezível“.

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“… ele finge o que não é para disfarçar o que é“, destaca o jornalista, em meio a outras argumentações. Azevedo diz que “o senador Sergio Moro (União-PR) expôs nesta terça a sua natureza golpista sem meias-palavras” ao defender “o general Augusto Heleno, com seu depoimento detestável, (…) o suposto direito das Forças Armadas à quartelada“.

Segundo o jornalista, “o discurso de Moro é mais fingido [que o de Bolsonaro]. Ele simula falar em nome das leis. Tenta — é bem verdade que a gramática não ajuda — fazer com que a antiga experiência de juiz lhe empreste um certo ar de gravidade, como se anunciasse: ‘Olhem, eu não sou um desses histéricos do PL; um desses moleques irresponsáveis que falam o que dá na telha; eu sou aquele que já se ofereceu como o paladino do combate à corrupção‘”.

Que tenha uma visão de mundo golpista, bem, jamais duvidei disso. Afinal de contas, um juiz que combina procedimentos com o órgão acusador está golpeando o devido processo legal. Sua atuação à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba está sob investigação do Conselho Nacional de Justiça“, lembra Azevedo.

O jornalista narra que Moro, durante depoimento de Heleno na CPMI do 8 de Janeiro, na terça-feira (26/9), ficou “inconformado com o que considerou ‘tratamento desrespeitoso’ de parlamentares da base do governo” e “resolveu sair em sua defesa. (…) Moro resolveu brincar com coisa séria e discursou para tentar jogar as Forças Armadas contra o governo Lula. Mais do que isso: ele efetivamente tratou os militares como se fossem um poder moderador”.

Reinaldo Azevedo transcreveu a fala de Moro: “(…) e essa minha percepção refletem um sentimento deste governo Lula, que é de desacreditar as Forças Armadas. É certo que o general não representa as Forças Armadas aqui, mas é um general que pertence a uma instituição, ainda que na condição de general da reserva, e precisaria ser respeitado. No fundo, esse comportamento da base governista reflete o comportamento do governo Lula em relação às Forças Armadas, que as quer desacreditadas, que as quer fragilizadas para que não possam reagir aos arbítrios que nós estamos vendo aqui no nosso dia a dia (…)”.

O jornalista capturou o momento em que, “além do claro propósito de incitar os militares contra o governo, Moro “acusa um esforço deste para afetar a credibilidade das Forças Armadas para que, uma vez fragilizadas” como o senador disse, não possam reagir aos arbítrios que nós estamos vendo aqui no nosso dia a dia (…)”. 

Azevedo explicou: “Moro está dizendo, então, que os militares, sem que sejam nem mesmo convocados por um dos Poderes — como dispõe, aliás, o Artigo 142 —, podem agir de moto-próprio, por sua vontade, para pôs fim a supostos ‘arbítrios que nós estamos vivendo‘”.

As palavras fazem sentido. E a gramática, mesmo a de Moro, fala“, diz Reinaldo. “Emprega o gerúndio ‘vivendo‘— e, por óbvio, na sua cabeça, ‘estamos vivendo os arbítrios‘ agora“, escreve.

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Se assim é e se ele atribui aos militares a competência que não têm para interferir na vida pública — e fica claro que está se referindo ao governo Lula —, então só se pode concluir que vê motivos para uma intervenção armada, que também recebe o nome de “golpe de Estado”“, pontua o jornalista.

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