Uma publicação no facebook está recebendo milhares de curtidas e compartilhamentos. O assunto é Marco Archer (foto) que foi condenado à pena de morte e executado na Indonésia. A matéria incentiva o pensamento popular ao repúdio à ideia de transformar sua vida em filme. Discordo! Tem que transformar em filme sim e direi por quê. Mas antes direi que as opiniões seguem duas vertentes. Uns acharam bem feito. Outros, que Archer merecia uma segunda chance. Quanto a isso não opinarei, mas tão somente com relação à protagonização de sua história. Quem ainda não conhece as peripécias do traficante deveria ter este conhecimento. Em um resumo breve, citado também por Théa Moreira (em seu momento de fama) num texto de Vanessa Corsant, o executado tinha origem de família influente relacionada até mesmo à Fernando Collor de Mello. Segundo a ‘colunista social’ em sua resenha, Marco Archer, que foi campeão de asa delta na Colômbia aos 17 anos, descobriu um jeito fácil de ficar rico, lá mesmo no vizinho difamado, e nunca mais parou de ‘voar’ pelo mundo carregando a droga de seu equipamento, até que o vento mudou de direção e a (c)asa caiu. Enfim, o texto enfatiza a falta de sensibilidade do homem que entrou para a história como o primeiro brasileiro a ser condenado e a morrer à partir da legislação de outro país, falando de suas várias chances desperdiçadas de se redimir e adotar outro curso para si mesmo.
Agora, quero dizer uma coisa importante: quem trabalha com a informação sabe geri-la com base no intelecto humano através da ordenação de palavras bem encaixadas em uma frase ou texto, o que é capaz de incentivar ou desestimular um pensamento; formar uma opinião. As curtidas para a confecção literária lá na rede social mereceram, também, o meu aplauso, mas tão somente pela construção de um texto interessante, o qual conduziu o leitor, muito limitadamente, à mera ação impulsiva de dar um ‘like’ notadamente abaixo de qualquer suspeita, e não pela ideia originada à partir dele. Creio que Vanessa conseguiu simpatizantes relâmpago, daqueles que vivem somente em redes sociais e não se aprofundam no teor. Sou a favor do filme, sim, e não se trata de imortalizar um criminoso como a mocinha esculpiu na imaginação facebookiana dos despreparados devoradores de compartilhamentos; comedores de letras do mundo analfabeto a que estamos sendo conduzidos. Marco Archer, o primeiro brasileiro executado pela pena de morte alheia, será imortalizado justamente por sua própria morte, e jamais por sua vida glamourosa, afinal o epílogo que todos conhecemos não foi feliz e é justamente à esta moral da história que estou me referindo. A produção cinematográfica seria benéfica e impactaria a sociedade de uma maneira inédita à partir destes fatos reais que o mundo conheceu recentemente.