Lula se reune com seus 37 ministros nesta sexta-feira em encontro que “só tem horário para começar”

O encontro busca a unificação do discurso da nova gestão e o alinhamento dos anúncios feitos ao Palácio do Planalto, em meio a desentendimento

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza nesta sexta-feira (6/1) a primeira reunião ministerial de seu governo, às 9h30, no Palácio do Planalto, onde o encontro, segundo as palavras postadas no perfil no Twitter do Presidente, “só tem horário para começar”.

Na tarde desta quinta-feira (6/1), a Equipe Lula, que cuida da veiculação de informações sobre o Estadista, postou a “Agenda do presidente da República no dia 6 de janeiro“, informando a “Reunião Ministerial” de hoje:

Carlos Lupi (Previdência)

Nesta semana, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), disse, ao assumir o posto, que deseja discutir a “antirreforma” da Previdência pasta, referindo-se às regras aprovadas durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL). Como resultado dessa fala, na terça-feira (3/1) o mercado reagiu e a Bolsa recuou 2%, aos 104.165 pontos.

Rui Costa (Casa Civil)

Na quarta (4/1), porém, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez uma declaração no sentido oposto e negou que haja proposta sendo “analisada ou pensada” em relação a mudanças nas regras de aposentadorias e pensões. Segundo ele, a reunião de hoje tratará sobre a unificação das ideias. “O presidente já marcou a primeira reunião ministerial, para, inclusive, organizar e reafirmar, e ele acabou de me dizer: ‘qualquer proposta só será encaminhada, evidente, depois da aprovação do presidente da República. E, qualquer proposta, ele vai dizer isso na reunião, passará necessariamente pela Casa Civil antes de sua análise.

Simone Tebet (Planejamento)

De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, nem o plano de governo de Lula nem o próprio presidente abordaram, em nenhum momento, uma agenda de possível revisão da reforma. “Acho que é mais uma forma de expressão do ministro da Previdência, no sentido de estar avaliando algum item ou outro. Mas repito: acho que foi uma posição pessoal do ministro Lupi e acho que na sexta-feira vamos ter essa resposta na reunião ministerial que teremos”, declarou.

Para a ministra, é normal que desencontros ocorram em um momento de início de governo. “Essa reunião ministerial, acho que vai deixar claro o posicionamento do presidente Lula. O foco é o plano de governo do presidente Lula. Qualquer outro questionamento isolado, individual de cada ministro. E assim que começar a andar a administração, todas essas coisas vão ser acomodadas”, avaliou Tebet.

Fernando Haddad (Fazenda)

A reunião desta sexta também ocorrerá após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principal chefe da área econômica, ter defendido que a isenção de impostos sobre combustíveis não fosse renovada. A ala política do governo, porém, foi no sentido contrário. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse defender prorrogação até diagnóstico da política de preços da Petrobras. “O problema não é a questão do tributo, é a política de preços da Petrobras”, afirmou Gleisi.

Haddad acabou perdendo a disputa. Nesta semana, o governo editou uma medida provisória que prorroga a desoneração dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis.

Assim, entre as finalidades pautadas para o encontro que reunirá os 37 ministros está a unificação do discurso da nova gestão e o alinhamento dos anúncios feitos ao Palácio do Planalto, em meio a um desentendimento envolvendo o recém-escalado primeiro escalão do novo governo, informa o portal de notícias Metrópoles.

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