Lula sabe lançar a bola, mas Bolsonaro, de altivez burra e truculenta, soa apito de cachorro para zumbis do golpismo, diz Reinaldo Azevedo

“Lula reinaugura a política em Brasília” e Bolsonaro “se vê cercado por um ambiente que lhe é absolutamente estranho e ao qual sempre se mostrou hostil: a negociação, escreve o jornalista

Jair Bolsonaro se queda em silêncio porque moralmente derrotado, é incapaz de se apresentar a suas milícias com a conhecida altivez burra e truculenta. Faz soar, na sua quietude, o apito de cachorro para manter mobilizados os zumbis do golpismo“, escreve Reinaldo Azevedo, na Folha de S. Paulo.

Enquanto isso, “Lula reinaugura a política em Brasília” e sabe “tocar e lançar a bola” sob a “rabugice” do Mercado e de “setores consideráveis da imprensa“, prossegue o jornalista, para quem “Bolsonaro nada diz porque se vê cercado por um ambiente que lhe é absolutamente estranho e ao qual sempre se mostrou hostil: a negociação“.

Após “uma carreira de quase 30 anos como deputado federal, (…) o clã havia encontrado um meio de ganhar a vida e de acumular um formidável patrimônio, parte em dinheiro vivo“, escreve Reinaldo Azevedo sobre o que seria, opostamente ao que foi dito, o ambiente que é o conhecido de Bolsonaro.

Sobre Lula, o jornalista diz que “(…) é grandeza demais dotar o país de uma peça orçamentária realista; reconstruir a governança destroçada em qualquer área que se analise; reinserir o Brasil na economia verde; enfrentar um processo de normalização do golpismo, que contamina até setores da imprensa e reinstaurar o espaço da divergência que não pressuponha a eliminação do outro”.

Azevedo opina que “o “bolsofascismo” veio para ficar. O desafio consiste em circunscrevê-lo, aprisionando-o nos nichos da delinquência política“. O jornalista lembra que, em 2018, “Bolsonaro, presidente eleito, dedicava-se a atacar a legislação ambiental, e Guedes explicava como aprovaria medidas salvacionistas apelando às “bancadas temáticas”, não aos partidos“. E a consequência foi que “deu tudo errado“.

Em quatro meses de governo, “o Planalto já patrocinava o primeiro ato golpista contra o STF e o Congresso. (…) Eram os primeiros passos do desastre” e, mesmo assim, o Mercado reagia “com menos estridência do que a uma simples entrevista de Lula afirmando que a responsabilidade fiscal não pode levar à irresponsabilidade social“, escreve Azevedo.

Estão desatualizados. Precisam redescobrir o capitalismo e a política“, conclui o jornalista.

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