Lula: “Eu gostaria de não ser candidato, mas tenho o dever de sê-lo”

Porque, diante de todo estes retrocessos do circo de horrorores político vivido pelos brasileiros…

Isso não é retórica de Lula. Li algo muito bom que me chamou a atenção:

O outro mundo de Lula (blog Tijolaço · 28/10/2017) 

Salvo raras exceções, a nata da imprensa brasileira – alguns deles, quando jovens, encantados com o “operário na política” – trata Lula com um desprezo e nojo que, no fundo, têm ao tempo em que eram, ou pensavam que eram, mosqueteiros da “esquerda”.

Mas quando a gente olha a coleção de pinturas – desculpem, não são fotografias – feitas pelo Ricardo Stuckert durante a peregrinação que Lula faz pelas lonjuras do Brasil, vê-se que existe um amor que não é pouco e sobreviveu à mais intensa e canalha campanha de propaganda que já se desenvolveu no Brasil contra um líder político desde a que se fez contra Vargas. Mesmo contra Brizola, tenho de reconhecer, os limites foram superados e olhe que não é fácil fazer contra alguém o que a Globo fez contra ele.

Só não é, aliás, maior do que aquela que se fez contra Getúlio porque a este se acusou de ser mandante de um assassinato, o de Rubens Vaz.

A mim, a emoção que transborda no rosto das pessoas impressiona mais que a visão dos montes de gente que se atrai a vê-lo, debaixo de  sol, neste Brasil que não é brilhante e azul como o mundo das elites, mas encardido das poeiras da terra castigada que somos.

Fico com pena de quem tem de escrever o pouco que sai desta marcha na imprensa e nas redes sociais. Como descrever com palavras o que está na imagens do “Stuquinha”? Como provocar um entendimento  igual com um ” a lavradora Maria de Souza, 72 anos, se emocionou quando Lula…” diante da visão do rosto esculpido pelo tempo, pelo sol e pela pobreza?

Os intelectuais de pretensão grande e coração pequeno chamam logo de “populista” o que veem. O povo brasileiro, para eles, é uma terceira pessoa, alguém distante do que ele próprio é que, no máximo, precisa ser “ajudado”, quando muito.

O que vejo ali, creiam-me, é um Lula que só não está plenamente feliz porque tem um medo, que não é de Moro.

É do tempo.

De  novo peço a bondade, senão a de me acreditarem, a de ouvirem quem acompanhou um personagem da história das lutas sociais do povo brasileiro: não é retórica quando Lula diz que gostaria de não ser candidato, mas tem o dever de sê-lo.

Essa é a força que anima a sua candidatura.

Ela não vem de dentro para fora, mas de fora para dentro do mundo político.

Geraldo Alckmin definiu “Preparado para o Brasil” como slogan de sua campanha.

Quase igual e completamente diferente do que é Lula, que é muito maior do que suas qualidades e defeitos pessoais, como todos temos.

Lula é preparado pelo Brasil, o fruto inevitável de um povo.

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