LULA é a estrela para enfrentar o neofascista Jair Bolsonaro, diz mídia do México

Esse governo desastroso, que é resultado direto do sentimento antipolítico das elites com a ajuda dos setores midiáticos do Brasil, será derrotado este ano nas urnas“, garantiu o ex-presidente ao La Jornada

Após Dilma Rousseff ter sido “destituída por meio de uma manobra golpista“, LULA, “aos 76 anos, é a estrela para enfrentar o neofascista Jair Bolsonaro nas eleições de outubro próximo, diz texto dos jornalistas Emir Olivares e Arturo Cano, do jornal La Jornada, editado na Cidade do México desde 1984 e assumidamente de esquerda, ao contrário dos concorrentes como El Universal ou Reforma.

LULA chegou ao México nesta segunda-feira (28/2) e levou alguns membros mais renomados do Partido dos Trabalhadores, como a presidente da legenda e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o ex-ministro da Educação e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, e o Senador Humberto Costa (PT-PE).

O grupo se reunirá com o presidente AMLO (Andrés Manuel López Obrador) e outros atores políticos de seu partido, o MORENA ((Movimento Regeneração Nacional). Depois dos encontros “LULA retornará ao seu país para tomar a decisão final sobre sua sexta candidatura à presidência do Brasil“, diz o La Jornada.

Por ocasião de sua visita ao México, Lula respondeu a um questionário de La Jornada, no qual aborda a situação de seu país, a região latino-americana e sua relação com o México“, escrevem os profissionais da mídia. Ao ser perguntado sobre “o que está acontecendo agora em seu país“, o ex-presidente do Brasil disse que nosso país “está sendo destruído. As pessoas estão empobrecidas… Temos 116 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar, o Brasil voltou ao mapa da fome. Temos um governo que não governa de verdade, que foca na mentira e não respeita absolutamente nada“. 

Não respeita indígenas, negros, mulheres…“, prosseguiu o ex-presidente, “e trata governadores e prefeitos como inimigos. Esse governo desastroso é resultado direto do sentimento antipolítico das elites, com a ajuda dos setores midiáticos, plantados no Brasil. Serão todos derrotadas este ano nas urnas“, garantiu.

A ‘antipolítica'”, continua LULA, “foi a resposta das elites que nunca aceitaram governos que atuassem de forma independente e pelos mais pobres. A ideia de que os filhos dos pobres pudessem ingressar nas universidades, graças a programas de ação afirmativa e apoio financeiro, nunca foi aceita pelas elites”, afirmou ao jornal.

O La Jornada explica aos leitores que “não conseguindo derrotar democraticamente os governos progressistas, as elites criaram “uma espécie de antipolítica” e, com o apoio da grande mídia, promoveram a destituição de Dilma Rousseff e o processo judicial contra o próprio Lula.

LULA prossegue com uma indagação e a resposta em seguida: “Qual é o resultado disso? Foi Bolsonaro, que em três anos de governo já teve um impacto tão violento no aumento de mortes que a expectativa de vida dos brasileiros foi reduzida em quatro anos. O Brasil é o segundo país com mais mortes por Covid, há fome e as armas estão espalhadas pela sociedade. Portanto, a rejeição (de Bolsonaro) pelo povo brasileiro é imensa, como mostram todas as pesquisas”, concluiu o ex-presidente.

Na sequência, o La Jornada pergunra a LULA se ele já se vê na presidência do Brasil. Lula responde que já foi “candidato muitas vezes e já fui presidente. Eu nunca me veria como presidente antes das eleições, isso seria um grande erro. Sou um ex-presidente que está avaliando, conversando com muitas pessoas (para decidir) se serei candidato novamente, uma decisão que devo tomar quando voltar do México“, disse. 

Eu tenho uma vantagem e um desafio. Tive muito sucesso como presidente, saí com 87% de aprovação, com o Brasil crescendo 7,5% ao ano e um grande papel no cenário internacional. Tudo isso com democracia, liberdade de imprensa, liberdade de expressão. As pessoas se lembram disso. E meu desafio é voltar, fazer melhor do que já fiz, com toda a experiência e aprendizado que tive ao longo dos anos“, respondeu LULA.

O La Jornada diz que LULA “não descarta que as forças conservadoras pretendam impedir sua eventual vitória” e sublinha sua fala: “A batalha para restaurar a democracia plena no Brasil será difícil, mas estou otimista. O povo brasileiro já está farto dessa anomalia que vivemos e um democrata será eleito em 2022. O desafio de governar e reconstruir o Brasil é maior do que vencer as eleições”.

Depois, LULA foi questionado sobre sua visão do México e sobre o que ele espera desta passagem pelo país. “A relação entre Brasil e México é importante por vários motivos, a começar pelo fato de serem os dois maiores países da América Latina”, responde LULA.

Precisamos trabalhar em um mundo de cooperação, equilíbrio e paz, com instituições internacionais representativas e eficazes. Os problemas ambientais, especialmente o aquecimento global, a pandemia e as desigualdades brutais dentro e entre países, exigem uma profunda reforma da governança global. A América Latina deve estar unida neste esforço por um mundo que quer a paz e não pode mais suportar a guerra”, pontuou a entrevista, o ex-presidente LULA.

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