Javier Milei chegou a afirmar que vai retirar o país do Mercosul, o que não deve acontecer – Acredita-se que promessas polêmicas apenas foram parte de uma estratégia de campanha
O Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deverá adotar um ambiente conciliador com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, e ignorar os ataques de seu futuro homólogo, feitos contra o estadista brasileiro durante a campanha do ultraliberal.
A postura pública agressiva do argentino em relação ao chefe do Executivo do Brasil fez parte de uma estratégia de campanha. Provavelmente, Lula deve saber disso. O argentino chegou a afirmar que romperia com o Mercosul, o que não deve acontecer.
O Palácio do Planalto entende que Lula deve ser altivo e, a menos que os ataques continuem e escalem, ignorar o que ocorreu no passado e eventuais cutucadas no começo do relacionamento bilateral, escreve o jornalista do ‘Metrópoles‘, Guilherme Amado.
A diplomacia seguirá com acordos de cooperação e outras iniciativas fora do plano presidencial, acrescenta, haja vista que Milei precisará do Brasil mais cedo do que imagina.
Isso porque a previsão é a de que ocorrerá um agravamento dos problemas econômicos argentinos, em decorrência da política econômica ultraliberal a ser implantada por lá.
Após a confirmação da vitória de Javier Milei sobre seu oponente, Sergio Massa, por 55% a 44%, o estadista Lula disse que “o Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”.
Lula parabenizou o novo governo a ser implantado, mas não citou o nome do novo líder da nação ‘hermana’:
“A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada”, escreveu Lula.
“Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica.
Desejo boa sorte e êxito ao novo governo.
A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito.
O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”.