O diretor-geral acrescentou que a organização e ambos continuarão “trabalhando juntos para alcançar sistemas agroalimentares sustentáveis e proteger nosso planeta”
O Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou, neste sábado (16/9), em Cuba, com o Doutor Qu Dongyu, que é diretor-geral da FAO (‘Food and Agriculture Organization’ – Organização para a Alimentação e Agricultura).
A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) é especializada no combate à fome e insegurança alimentar, buscando “para todos“, a garantia de acesso regular a alimentos suficientes e de alta qualidade para uma vida ativa e saudável.
O doutor impulsiona a missão da FAO que é a de transformar os sistemas agroalimentares tornando-os mais eficientes, mais inclusivos, mais resilientes e mais sustentáveis, ao mesmo tempo em que promove o que a organização chama de “Four Betters [Quatro Melhores]”, como parte do Quadro Estratégico da FAO 2022-31, que consiste na 1. produção melhor , 2. nutrição melhor , 3. ambiente melhor e 4. vida melhor , sem deixar “ninguém para trás“.
O objetivo final é ajudar os países membros a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Conversei com @FAODG, o Diretor-Geral da FAO, organização da ONU para agricultura e alimentação, sobre o apoio e trabalho conjunto com o Brasil no combate à fome e as desigualdades no nosso país e no mundo, durante a presidência brasileira do G20, no Brics e na COP30 para combinarmos preservação ambiental e erradicação da fome“, afirmou Lula.
“Esses temas precisam ser prioridade na agenda internacional“, completou o estadista em seu perfil oficial no ‘X‘.
Conversei com @FAODG, o Diretor-Geral da FAO, organização da ONU para agricultura e alimentação, sobre o apoio e trabalho conjunto com o Brasil no combate à fome e as desigualdades no nosso país e no mundo, durante a presidência brasileira do G20, no Brics e na COP30 para… pic.twitter.com/SHJ2VFz7qf
— Lula (@LulaOficial) September 16, 2023
Por sua vez, o doutor Dongyu também escreveu na mesma plataforma que “é uma honra encontrar novamente com o Presidente @LulaOficial” e disse que a “@FAO está unido ao Brasil na luta contra a fome e a pobreza”.
O diretor-geral acrescentou que ele e a organização que dirige continuarão “trabalhando juntos [com Lula] para alcançar sistemas agroalimentares sustentáveis e proteger nosso planeta”.
Honoured to meet HE President @LulaOficial again. @FAO stands united with Brazil in the fight against hunger & poverty. We will keep working together, including through #SSTC, leveraging science & #AgInnovation, to achieve sustainable agrifood systems & protect our planet. pic.twitter.com/gySOTuVwcS
— FAO Director-General QU Dongyu (@FAODG) September 16, 2023
O Presidente Lula é um dos líderes de Estado mais conceituados aos olhos da FAO devido ao seu trabalho demonstrado em gestões anteriores contra a situação da pobreza e da fome.
Em 2019, por exemplo, o antecessor de Dongyu, José Graziano da Silva, prestou homenagem a Lula durante uma cerimônia de passagem de seu cargo para o atual diretor-geral.
O O ex-diretor-geral da FAO disse que “Luiz Inácio Lula da Silva mostrou ao mundo que o compromisso e a liderança são estratégias claras para que nações possam rapidamente reduzir suas incidências de fome. E que fazendo isso, eles podem também acelerar a redução das desigualdades”.
Graziano acrescentou que “muitos países estão seguindo o exemplo do ‘Programa Fome Zero’, como foi possível ver nos cinco eventos paralelos regionais realizados durante essa conferência da FAO [em 2019].
Ele concluiu sua fala desejando que “o presidente Lula esteja muito em breve em condições para nos ajudar novamente na luta pelo Fome Zero no mundo“, como agora está acontecendo.
Assista ao trecho:
Na época da declaração de Graziano, o então presidente Bolsonaro, hoje declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmava que no Brasil, sob seu governo, não existia fome:
“Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não come bem. Aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente mesmo pobre pelas ruas com físico esquelético como a gente vê em alguns outros países pelo mundo“, afirmou, antes de negar a fala após repercussão negativa posterior.
Justamente no primeiro ano do mandato do inelegível que herdou o governo de Michel Temer, o Brasil passou por uma insegurança alimentar grave, subindo de 3,9 milhões, ou o equivalente a 1,9% da população, entre 2014 e 2016, para 15,4 milhões (7,3%), entre 2019 e 2021.
Na ocasião, os dados foram revelados em um relatório denominado ‘O Estado de Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo‘, lançado por cinco agências da ONU, sendo a FAO a primeira, seguida pelo FIDA (Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância, WFP (Programa Mundial de Alimentos da ONU) e a OMS (Organização Mundial da Saúde).
A FAO tem 195 membros, sendo 194 países e mais a União Europeia, e trabalha em mais de 130 nações.