A investigação em Brasília tem maior potencial explosivo contra o ex-presidente
O MPF-SP (Ministério Público Federal em São Paulo) pediu a transferência do inquérito sobre as joias sauditas recebidas por Jair Bolsonaro (PL), retidas no aeroporto de Guarulhos, para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Na última sexta-feira (11/8), a PF (Polícia Federal) realizou buscas em endereços ligados a auxiliares do pelo ex-presidente inelegível, na Operação Lucas 12:2.
O nome da ação faz alusão a um versículo bíblico que afirma: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido“.
Com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, vieram a público suspeitas sobre um esquema de desvio e venda de presentes diplomáticos no governo Bolsonaro.
O MPF alegou que a apreensão das joias doadas pelo regime saudita ao ex-presidente tem conexão com a investigação mais ampla a cargo da PF em Brasília.
O pedido foi aceito nesta terça-feira (15/8), pela Justiça Federal em Guarulhos, que determinou a transferência dos autos.
A expectativa é que os inquéritos tramitem em conjunto no gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
A investigação nascida em São Paulo está mais avançado.
A PF já ouviu o próprio Bolsonaro, o ex-ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que liderou a comitiva que tentou entrar com as joias no Brasil sem declará-las à Receita Federal, e o tenente-coronel Mauro Cid, que tentou liberar os presentes, lembra o blog do Fausto Macedo, no ‘Estadão‘.
A investigação de Brasília, por sua vez, tem maior potencial explosivo contra o ex-presidente. A PF já pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro. Moraes ainda não deliberou sobre a medida.