“… conchavos na penumbra estão muito longe do que deve ser o papel do STF”, escreve Cristina Serra
“Imagine se o tal encontro reservado [de 15 minutos entre Bolsonaro e Moraes] tivesse sido [com LULA em lugar do presidente]”, com aquele “que em breve assumirá a presidência do TSE, autoridade máxima das eleições? Qual teria sido a reação de Bolsonaro e de suas milícias digitais?“, questiona Cristina Serra, em seu artigo publicado na Folha de S. Paulo.
O presidente “é aquele que age para erodir a democracia e a República com voracidade de roedor faminto” e “a relação estilo morde e assopra de Bolsonaro com o STF, em especial com Moraes, ainda está por ser devidamente esclarecida“, afirma a escritora.
Ela lembra que nos “atos golpistas no 7 de Setembro de 2021 (…) Michel Temer, “o golpista de 2016 e que indicou Moraes à corte” conversou “com o ministro por telefone” e, em seguida “Bolsonaro disse que teve um acordo”, mas “Temer e Moraes negam“.
Depois, outra recordação de Cristina Serra foi a de que na ocasião da “condenação de Daniel Silveira pelo STF” ocorreu o “perdão de Bolsonaro” e sua “pregação de novos atos golpistas e de desobediência a decisões judiciais“. E, novamente, outra “conversa com Alexandre de Moraes, desta vez no ambiente noturno de um salão brasiliense“.
Dadas as amostras, a escritora novamente questiona: “Quais os termos dessas conversas? Que compromissos são assumidos? Proteção para o presidente e sua família depois que for derrotado em outubro?“
“… conchavos na penumbra estão muito longe do que deve ser o papel do STF“, opina Cristina Serra. “Ministros deveriam se dar ao respeito e se ater à função de guardiões da Constituição“.
“Mas o país está virado do avesso. Vivemos num ‘dane-se’ generalizado. E o comportamento de algumas excelências faz lembrar o famoso bordão de Romero Jucá: ‘Com o Supremo, com tudo’“, pontua.
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