No estado “onde teve mais de 70% de votação em 2018, desta vez o presidente não teve o engajamento que esperava”, diz a matéria
“O fracasso de público na Marcha para Jesus em Balneário Camboriú, que não chegou nem perto de alcançar 50 mil pessoas, como havia sido estimado pela organização, simboliza a fase difícil enfrentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na busca pela reeleição, que já tem sido chamada de uma “tempestade perfeita”. Mesmo em Santa Catarina, um dos estados mais bolsonaristas do país, onde teve mais de 70% de votação em 2018, desta vez o presidente não teve o engajamento que esperava“, escreve Dagmara Spautz, do jornal NSC Total, de Santa Catarina.
A colunista da mídia do Sul do país afirma que Bolsonaro esperava que fosse diferente, “para contrapor os números das pesquisas eleitorais, que hoje apontam para um perigoso índice de rejeição, de mais de 50%, e para vitória do ex-presidente Lula (PT)“.
Spautz diz corretamente que “o principal adversário do governo é a vida real: o supermercado, o aluguel, o posto de gasolina“. Além disso, seu texto diz que “o Brasil voltou ao mapa da fome” e a quantidade de “pessoas vivendo em condição de pobreza extrema, com R$ 210 por mês“, já chega a “23 milhões”, número que a jornalista afirma que “é mais do que toda a população de Santa Catarina“.
A colunista do NSC Total também menciona que “o brasileiro identifica” o governo “como o culpado pela crise“, pois este não tem “respostas efetivas“, deixando claro que a esta altura é tarde “para reagir até outubro“.
“Bolsonaro vê o cenário agravado pela crise institucional na Amazônia, onde a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips expôs ao mundo os impactos causados pelo desmonte da proteção ambiental e das políticas de proteção aos indígenas“, acrescenta Spautz.
“A última estocada ocorreu nesta semana, quando o governo foi atingido pela prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação e a divulgação de áudios que colocam o próprio presidente no olho do furacão. Desta vez, o ponto de enfraquecimento é nas narrativas anticorrupção“, avalia a colunista do Sul.
“Na espiral de crises em que o governo gira sem cessar, este é provavelmente o momento mais agudo. Com respostas a dar e problemas a resolver, Bolsonaro tentou levantar o ânimo da tropa com a multidão que Santa Catarina sempre lhe deu. Desta vez, não funcionou”, pontua.
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