Insatisfação popular com as elites políticas coloca o Brasil em risco elevado de agitação social em 2014, de acordo com The Economist

Em 2014 o planeta terá 65 países com propensão a conflitos sociais e protestos. O Brasil é um deles. A revista “The Economist” vê “elevado risco” de agitação social por aqui, neste ano, bem como na Espanha, África do Sul e Paquistão, por exemplo. Na Grécia, a situação poderá ser mais grave, com um risco “muito elevado”.

A Economist Intelligence Unit mediu o risco de agitação social em 2014 em 150 países de todo o mundo, tentando perceber onde é mais provável o surgimento de protestos, uma realidade que vem crescendo ao longo do tempo. “De movimentos anti-austeridade a revoltas de classe média, tanto nos países pobres quanto nos ricos, a agitação social tem aumentado em todo o mundo”, escreve a revista sobre o estudo que concluiu que 65 dos 150 países têm um “elevado” ou “muito elevado” risco de instabilidade social em 2014. No caso europeu, os protestos têm sido vistos como respostas à crise econômica.

A pesquisa constatou “um profundo sentimento de insatisfação popular com as elites políticas e instituições em muitos mercados emergentes”. The Economist identificou que os protestos populares serão embalados pelas “aspirações de novas classes médias nos mercados emergentes de rápido crescimento (seja na Turquia ou no Brasil)”. O analista da revista britânica destacou que “a agitação nos últimos tempos parece ter sido uma erosão da confiança nos governos e instituições: a crise da democracia” – o que descreve bem o quadro conjuntural brasileiro. Ainda, The Economist diz que, de um modo geral, a instabilidade é uma consequência natural em todo o mundo não só pela crise econômica mas devido a fatores como a desigualdade salarial, os reduzidos níveis de apoio social, as tensões étnicas e, mais importante, a crise na democracia, que mina a confiança nas instituições e na elite política.

Há países numa situação potencialmente pior. Um deles é a Grécia, que vive a mais aguda situação desencadeada pela crise da dívida europeia. Líbia, Argentina e Egito são outros dos países com “muito elevado” risco de ocorrência de protestos. São 65 países com “elevado” ou “muito elevado” risco em 2014, 43% do total, mais 19 do que há cinco anos, explica a publicação. A Irlanda, em 2014, vai provar se consegue libertar-se das “amarras” da troika, algo que iniciou no final deste ano, apresenta um risco “médio” no mesmo indicador, ao lado de Angola, Cabo Verde, Moçambique e Itália. Áustria e Japão estão entre os países que não se precisam de preocupar por não serem propícios a revoltas neste ano, dado o “muito baixo” risco. Com um risco “baixo” está a Alemanha mas também se encontram os EUA ou Hong Kong.

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