George Santos é acusado de assédio sexual dentro do Capitólio dos EUA

O congressista republicano George Santos, que é filho de brasileiros, é apoiador de Trump e Bolsonaro| Imagem reprodução

O congressista, filho de brasileiros e ligado à extrema direita nos dois países, já acumulava denúncias de fraude e mentiras

O político norte-americano membro do Partido Republicano, George Anthony Devolder Santos, eleito representante do 3º distrito congressional de Nova York nas eleições de 2022, está sendo acusando de assédio sexual por Derek Meyers, que trabalhou em seu escritório e, agora, enviou uma carta ao Comitê de Ética da Câmara e à Polícia do Capitólio contando sua versão sobre o assunto.

O auxiliar passou uma semana do mês de janeiro último como voluntário no gabinete do parlamentar, que é filho de brasileiros, enquanto esperava para ser efetivado no cargo, o que não aconteceu, informa o UOL, conforme publicado na revista News Week.

Myers disse que estava sozinho com Santos, que é assumidamente gay, em seu escritório no dia 25 de janeiro quando o congressista lhe teria perguntado se ele tinha um perfil no Grindr, um aplicativo de relacionamentos de rede social e um serviço de namoro online para homens homossexuais, bissexuais, pessoas trans e pertencentes da comunidade queer. Após a negativa, Santos teria tocado sua perna e o convidado para um karaokê.

Enquanto estava em seu escritório pessoal revisando a correspondência, ele me chamou de ‘amigo’ e insistiu que eu sentasse ao lado dele em um pequeno sofá“, afirmou Meyers na carta, segundo o site.

Continuei com a discussão sobre a correspondência, mas o congressista me interrompeu colocando a mão na minha perna esquerda, perto do meu joelho, e disse: ‘Ei amigo, vamos ao karaokê hoje à noite?”, afirmou Derek Meyers, em denúncia contra George Santos.

São ofensas graves e as evidências e os fatos falarão por si se o comitê abordar o assunto“, escreveu o ex-assessor no Twitter.

Uma porta-voz da deputada Susan Wild, que é membro do Comitê de Ética da Câmara, confirmou que Myers entregou uma carta em seu escritório. Procurada pelo jornal norte-americano, a assessoria de Santos não respondeu e seu advogado se recusou a comentar as alegações.

Tom Rust, conselheiro-chefe do Comitê de Ética, também não comentou o caso, enquanto a Polícia do Capitólio não respondeu.

Santos é objeto de inúmeras investigações sobre seus negócios e finanças de campanha, além de ser pego mentindo mais de uma vez.

O deputado, que já reconheceu ter “enfeitado” seu currículo, é acusado de enviar e-mails a apoiadores oferecendo visitas ao Congresso em troca de “doações” de até US$ 500 —o que é proibido pelas regras da Casa.

Na primeira vez em que recua após as denúncias, Santos afirmou esta semana que renunciará à participação em comitês legislativos.

No Brasil, o Ministério Público do Rio de Janeiro reabriu um processo por estelionato que estava suspenso porque as autoridades não sabiam do paradeiro de George Santos.

Em 22 de dezembro de 2022 o portal Extra divulgou uma matéria reportando que George havia falsificado a assinatura em alguns cheques quando tinha apenas 19 anos, durante uma compra que fizera em 2008, em Niterói (RJ). O portal também revelou que ele tinha sido réu em um processo no Tribunal de Justiça do Rio, mas, como nunca tinha sido localizado para ser citado, a ação havia sido suspensa.

Em 26 de dezembro de 2022, Santos admitiu ter mentido sobre seu histórico educacional e profissional durante sua campanha para a Câmara em 2022. Essas admissões vieram em entrevistas com a rádio WABC e o New York Post semanas antes. 

Santos disse à rádio WABC: “Não sou uma fraude. Não sou um criminoso que defraudou o país inteiro e inventou esse personagem fictício e concorreu ao Congresso”. Ele também afirmou ao New York Post que a polêmica “não me vai impedir de ter um bom sucesso legislativo. Serei eficaz. Serei bom… Pretendo cumprir as promessas que fiz durante a campanha“.

Após admitir as fraude em seu histórico, o caso do estelionato voltou à tona, tendo sido reportado no Jornal Nacional no dia 27 de dezembro. Um dia depois, a Promotoria do estado de Nova Iorque abriu uma investigação para apurar a vida de George.

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