“Eu ajudei a bancar quem estava lá”, diz deputado Amauri Ribeiro sobre o ‘8 de Janeiro’: “Mande me prender” (vídeo)

No dia seguinte, o goiano sentiu a ameaça de cassação e afirmou que “não seria idiota“, negando ter medo da perda do mandato, mas reclamou de “caça às bruxas” por estar “sendo acusado de algo que não fiz” – ASSISTA

Durante discurso na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na terça-feira (6/6), o deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil) afirmou que também deveria estar preso porque ajudou a “bancar quem estava lá“, referindo-se à depredação por manifestantes bolsonaristas golpistas terroristas contra as sedes dos Três Poderes, no Distrito Federal, no dia 8 de janeiro deste ano.

A declaração foi feita ao defender a liberdade do coronel Benito Franco, preso pela Polícia Federal em abril, durante operação que investigava atos golpistas. O militar comandou a Rotam entre janeiro de 2019 e agosto de 2021, diz matéria no ‘Globo‘.

A prisão do coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem neste estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro”, afirmou o parlamentar.

Respondendo à sua pergunta, o dinheiro não veio de fora“, disse ainda Amauri, ao se dirigir ao também deputado estadual Mauro Rubem (PT-GO).

Assista a seguir:


No dia seguinte, nesta quarta-feira (7/6), Amauri sentiu a repercussão negativa de sua fala: Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Goiânia, postada nas redes sociais do próprio parlamentar e apagada em seguida, ele reclamou de uma suposta distorção de sua posição e alegou que se referia somente aos acampamentos nas portas de quartéis. Colegas de Casa à esquerda vêm debatendo a possibilidade de pedir a cassação de Ribeiro em virtude do episódio.

Por dezenas de vezes eu subi na tribuna e repudiei o que aconteceu em Brasília no 8 de janeiro. Uma vergonha, porque ficamos por quase dois meses nas portas dos quartéis em um processo pacífico e democrático, sem nenhuma quebradeira. A lei nos dá esse direito“, afirmou o deputado, de acordo com transcrição no jornal.

Segundo ‘O Globo‘, em 2019, Amauri viralizou nas redes sociais por tomar posse com a mulher sentada no seu colo. Envolvido em controvérsias desde quando era apenas um anônimo comerciante em Piracanjuba, município com 25 mil habitantes, a 87 quilômetros de Goiânia, ele acumula em sua biografia episódios polêmicos.

Quando era vereador, partiu para cima de um colega da oposição que tinha deficiência física porque discordou de sua fala, que denunciava funcionários-fantasmas na prefeitura. Em outra ocasião, agrediu um homem numa obra, quando soube que a “peãozada” não estava recebendo.

Eu danei com ele, que era uma bichona doida. O rapaz veio para meu rumo, eu tomei a enxada e contive ele”, disse, antes de pontuar que sabe técnicas de artes marciais. “Coloquei ele no chão, não dei um tapa. Levaram o cara no corpo de delito e até hoje não sei como que ele está vivo, de tantos machucados que apareceram”, ironizou.

Muitas vezes, ia tomar satisfação pessoalmente na Câmara Municipal, situação que quase sempre terminava com xingamentos e dedos na cara. No meio do mandato de prefeito, deu uma surra na filha de 16 anos — que denunciou o caso à polícia — ao flagrar no celular fotos íntimas dela com um namorado, para “garantir os bons costumes”. O caso foi parar em todos os jornais da região.

Comente

Comente

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.