Estadão: ‘O Supremo virou uma zona’ (O Brasil é a vergonha do mundo)


Jornal condenou manobras de Fachin contra Lula, subvertendo o princípio do juiz natural


Até o vetusto Estado de S. Paulo decidiu condenar as manobras do ministro Edson Fachin contra o ex-presidente Lula, subvertendo o princípio do juiz natural. “Não cabe às partes, e tampouco a um juiz, escolher arbitrariamente qual é a instância judicial competente para o feito”, diz o texto. Confira abaixo:


Fuzuê: O STF deixou de ser uma casa onde se pratica o Direito, para se transformar numa casa de jogos, onde o que importa é ganhar e não interpretar e aplicar corretamente as leis.

Previsto para ser o guardião da Constituição Federal e o cume hierárquico do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixou de ser uma casa onde se pratica o Direito, para se transformar numa casa de jogos, onde o que importa é ganhar e não interpretar e aplicar corretamente as leis. Sem o mínimo pudor, juízes da Suprema Corte operam os mais variados estratagemas para conseguir que as causas sob sua competência tenham o resultado que almejam.

Que fique bem claro o que se tem visto no STF: não são as partes, compreensivelmente interessadas num determinado desfecho do caso, que estão jogando. São os próprios ministros, cujo cargo exige isenção e imparcialidade, os jogadores desse intrincado tabuleiro.

A cada semana há um novo lance e já não se sabe com segurança o que pode e o que não pode ser feito no Supremo. Os precessos caminham num clima de forte insegurança jurídica. Três ministros convertem uma reclamação em habeas corpus de ofício e concedem liberdade ao Sr. José Dirceu, em  clara oposição à jurisprudência do plenário. Passo seghuinte, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, despacha um recurso da defesa do Sr. Lula da Silva para o plenário da Corte, mas a defesa desejava que o caso fosse resolvido na Segunda Turma.

O assunto tem enorme relevância, uma vez que não cabe às partes, e tampouco a um juiz, escolher arbitrariamente qual é a instância judicial competente para o feito. É imperioso respeitar, sem esceções, o princípio do juiz natural e aplicar o procedimento legal previsto. No entanto, o atual Supremo não parece muito afeito a essas questões jurídicas, por mais relevantes que elas sejam num Estado de Direito. O rigor técnico tem cada vez menos importância. O que importa é a perspicácia de antever os movimentos dos outros ministros e assegurar um jeito para que suaposição prevaleça. É assim que se pratica a tavolagem na Suprema Corte.

Outra jogada habitual no STF – indecentemente habitual – são as decisões liminares que, num passe de mágica, se tornam definitivas. A técnica é melhor ainda quando empregada às vésperas do recesso do STF. Assim, uma decisão monocrática, de natureza temporária e sujeita à revisão do colegiado, ganha ares de coisa julgada por um longo período. Trata-se de uma perversa inversão, em que o STF, órgão máximo de defesa da democracia e da Constituição, assume uma natureza escandalozamente autoritária.  A voz provisória de um único ministro torna-se mandamento irrevogável para todo o País.

Na quarta-feira passada, por exemplo, faltando três dias para começar o recesso do STF, o ministro Ricardo Lewandowski, deidiu, por medida cautelar, retirar a Companhia Energética do Estado de Alagoas (CEAL) do leilão de privatização de distribuidoras da Eletrobras.

Qualquer revisão de decisão do colegiado só será possível no mes de agosto. Como a dada prevista para o leilão é dia 26 de julho, a partida – ou seja, o leilão da distribuidora – só voltará a ser jogada quando os deuses da sorte decidirem. E o povo que pague o prejuízo da distribuidora.

Outra famosa decisão liminar, provisória, mas que tem um custo definitivo para o País, é a concessão de auxílio-moradia a todos os juízes e procuradores. Ainda que seja revertida a decisão pelo plenário do STF, é impossível que retorne aos cofres públicos todo o montante que vem sendo pago a cada mês, desde o segundo semestre de 2014, a título de auxílio-moradia por força da decisão do ministro Luiz Fux.

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes externou sua avaliação sobre o atual Supremo Tribunal Federal. “Acho que estamos caminhando bem, o Supremo voltando a ser Supremo”, disse o otimista ministro. Isso seria ótimo, se fosse correto. O Supremo tem-se tornado cada vez menor, com sua miríade de decisões que exalam protagonismo, posturas ideológicas e o que mais seja. Assim, fica muito difícil que o Supremo tenha autoridade e, principalmente, que cumpra o seu papel constitucional de baliza do bom Direito. Já não se vislumbra um único colegiado, mas tão apenas a performance individual de seus integrantes e, agora, já também o comportamento de suas turmas e de seu plenário. Onde há esse tipo de divisão não há uma Suprema Corte – há um fuzuê.

via DCM

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6 comentários em “Estadão: ‘O Supremo virou uma zona’ (O Brasil é a vergonha do mundo)”

  1. Darlan N Mendes

    Ou os militares decidam agir, ou o País será cada vez mais de um povo dominado por safados corruptos e juízes sem qualquer vergonha na cara, como os deste STF., cheio de safados.

  2. Pakito Rodrigues

    E o babão,ainda diz que se deve respeitar a sua inteligência, e a nossa ministro é respeitada, fica fácil agir quando se esconde numa toga.

  3. stf é uma vergonha todos agindo como bandidos ,Gilmar e toffoli ,lewandwsk estão servindo a bandidos …um lugar onde deveria prevalecer as leis se tornou antro de fora das leis

  4. Pingback: ESTADÃO: O SUPREMO VIROU UMA ZONA (O BRASIL É A VERGONHA DO MUNDO) | O LADO ESCURO DA LUA

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