Et Urbs Magna, 20 de setembro de 2018, 21:00GMT
Alckmin diz que imposto de Bolsonaro é “tiro no pobre”
Candidato à presidência do PDT, Ciro Gomes, também se pronunciou comparando a atitude ao fascismo
Do Metrópoles – O tucano Geraldo Alckmin (PSDB) ironizou a ideia de Paulo Guedes, economista de Jair Bolsonaro (PSL), de unificar os impostos em um tributo único cobrado aos moldes da cobrança da CPMF, extinta em 2007, dizendo ser “fácil fazer ajuste passando a conta para o povo”; Ciro Gomes, mesmo sem citar a questão específica da CPMF, acusou Guedes de “instrumentalizar economicamente o fascismo”. Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) também criticaram a proposta.
Alckmin se declarou contrário a qualquer aumento de impostos e aproveitou para dar a sua fórmula para o resgate da economia brasileira. “Nós vamos fazer exatamente o contrário. Ajuste fiscal pelo lado da despesa, cortar despesa, apertar o cinto, simplificar, destravar a economia, desburocratizar, pôr a economia para crescer.”
Para o tucano, recriar a CPMF – instituída em 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, para custear a saúde pública –, é decisão equivocada. “Nós somos contra aumentar impostos. Contra recriar a CPMF, um imposto em cascata, imposto ruim, que afeta a população de menor renda, a classe média, a economia”, afirmou. Em seguida, ressaltou sua proposta de reforma tributária baseada na transformação de cinco impostos (ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI) em um: o IVA (Imposto Sobre Valor Agregado). O IVA, segundo a campanha tucana, dará transparência à carga fiscal e vai redistribuir a carga tributária de maneira mais justa, pondo fim às guerras fiscais.
Candidato do PT ao Planalto nas eleições 2018, Fernando Haddad classificou como um “pequeno desastre” a proposta do assessor econômico do presidenciável Jair Bolsonaro(PSL), Paulo Guedes, de unificar a alíquota do Imposto de Renda. “É um pequeno desastre porque vai fazer o pobre, que já paga mais imposto que o rico, pagar ainda mais”, comentou o petista.
Ele ainda prometeu não recriar a CPMF, como tentou a presidente cassada Dilma Rousseff. Paulo Guedes, por sua vez, defendeu adotar um imposto sobre movimentações financeiras semelhante ao tributo. “Não vamos recriar a CPMF e vamos isentar de Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos”, reforçou Haddad.
O candidato à Presidência da Republica Ciro Gomes ( PDT) esteve na manhã dessa quinta-feira no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). No encontro, ele afirmou que o economista Paulo Guedes, um dos assessores do também candidato Jair Bolsonaro (PSL) “instrumentaliza economicamente o fascismo”. Ele fez críticas às ideias econômicas de Guedes – sem citar especificamente a questão do imposto.
Mas, na última terça-feira, Ciro comentou a proposta de Guedes. Segundo o candidato do PDT à Presidência a proposta do assessor econômico de Bolsonaro faz com que o concorrente do PSL caia em contradição.
“Ele tem dito toda hora que vai diminuir os impostos e hoje anunciou-se com caráter oficial, com o Paulo Guedes, que vai fazer a unificação das alíquotas do Imposto de Renda. Isso vai fazer com que toda a classe média pague muito mais imposto do que paga e vai acabar diminuindo a dos mais ricos, que hoje pagam 27,5% e depois vão pagar 20%. Mais grave, tá falando em criar impostos e propondo a recriação da CPMF. Isso é uma contradição muito grave”, afirmou o candidato do PDT.
Ciro também estuda a criação de um imposto semelhante à CPMF, com alíquota de 0,38% para transações bancárias acima de R$ 5 mil ao mês.
A candidata da Rede à Presidência nas eleições 2018, Marina Silva, também se posicionou de forma contrária à implementação da CPMF, durante sabatina no Fórum Páginas Amarelas, da Revista Veja. “Eu sou contra recriar CPMF e nós temos uma proposta de reforma tributária”, disse.
“Bebemos na fonte da proposta que foi apresentada pelo Centro de Cidadania Fiscal. Os princípios da nossa reforma tributária são a simplificação, descentralização, combate à injustiça tributária – porque os que são mais pobres acabam pagando mais – e o princípio da impessoalidade”, afirmou a candidata da Rede.
Na mesma sabatina, Henrique Meirelles (MDB) se declarou contrário à medida: “É um imposto regressivo, que diminui a competitividade do país. Ele incide de maneira errática, pessoas pagam sem saber que estão pagando, o que prejudica mais aqueles de menor renda. Isso diminui a produtividade da economia”, disse o economista.
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